O Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) divulgou no dia 28 de março uma nota de repúdio que critica os ataques feitos pelo governo Bolsonaro à classe trabalhadora e seus representantes.
Para o FST, os grupos econômicos que estão no governo “desejam pegar o dinheiro das aposentadorias, que hoje é dinheiro seu, e repassar aos bancos, buscando destruir a possibilidade dos brasileiros mais humildes se aposentarem”.
“Todo trabalhador vai dar ainda mais dinheiro aos bancos na maior transferência de renda aos muito ricos de que se tem notícia”, diz o documento.
A entidade, que congrega 22 confederações que representam trabalhadores da iniciativa privada, do funcionalismo públicos, profissionais liberais, trabalhadores autônomos e de órgãos de segurança pública, alerta para “a gravidade das atitudes que o governo vem tomando e suas conseqüências”.
Na nota, a entidade pede “a substituição dos irresponsáveis da equipe econômica do [governo] para acabar com a guerra ideológica vigente”. O FST afirma que o governo bolsonarista “está tomado de assalto por grupos econômicos que visam destruir, com uma simples canetada, todas as organizações sociais que são a rede de proteção da sociedade”.
A entidade critica a publicação pelo Palácio do Planalto da Medida Provisória 873, que altera alguns artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre eles, o dispositivo que permitia os empregadores descontarem a contribuição sindical diretamente da folha de pagamento de seus empregados. Pela regra do ministro da Fazenda do governo, Paulo Guedes, o pagamento deve ser exclusivamente por via de boleto bancário ou equivalente eletrônico.
“A MP 873, editada na calada da noite, viola a independência do Judiciário Trabalhista, que o governo já anunciou que quer extinguir e isso é muito grave. Não bastasse, faz clara chantagem com o Congresso ameaçando não pagar os salários dos servidores públicos. Precisamos fazer saber a estes estabanados iletrados legais, que eles mandam nos seus bancos, mas quem manda no Brasil é a Lei”.
O documento pede ainda que o governo respeite o Poder Legislativo para que o diálogo seja restabelecido.
A nota ainda critica a ação do executivo em desmontar a educação pública para “atender interesses estrangeiros e deixar o Brasil apenas como exportador de produtos básicos”. Segundo FST, “ao não desenvolver tecnologia própria corremos o risco de voltarmos a ser subdesenvolvidos. Não nos pode ser ofertado apenas as consequências ecológicas (vide Sobradinho)”.
Assinam a nota do FST as confederações participantes:
CNTI – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, CNTTT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres, CNPL – Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, CONTTMAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes, Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos, CONTEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito, CSPB – Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, CONTCOP – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade, CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, CNTEEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura, CNTM – Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, CONTRATUH – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, CNTA – Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins, CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, COBAP – Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos, CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores Químicos, CONATIG – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços Gráficos, CONATEC – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios, COBRAPOL – Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, CONACATE – Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado, CSPM – Confederação dos Servidores Públicos Municipais.