Os funcionários da Eletrobrás, das subsidiárias de Furnas e do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) iniciaram uma greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (17), após decisão aprovada em assembleia na semana passada. Cerca de 80% dos trabalhadores estão parados.
Conforme informou a Associação dos Funcionários da Eletrobrás, a paralisação tem como principais pautas a mudança no plano de saúde, que segundo a entidade tem cobranças abusivas, além de demissões na empresa e o processo de privatização.
Segundo a Federação Nacional dos Urbanitários, “a redução da participação da estatal no plano de saúde tem como pano de fundo a privatização da Eletrobrás, a fim de entregar uma empresa mais enxuta para os próximos acionistas”.
Emanuel Mendes, presidente da associação, informa que a reivindicação é para que a empresa não aumente a participação dos funcionários no pagamento do plano de saúde, cujo percentual cobrado dos funcionários passou de 10% a 20% para 40%.
A associação também denuncia que “a empresa vem alterando de forma unilateral resoluções internas que só poderiam ser feitas mediante negociação com as entidades sindicais”.
“A intenção é diminuir sua participação no plano de saúde visando à privatização da Eletrobrás. Ou seja, promove redução de custos ao tirar direitos conquistados pelos trabalhadores para atrair mais interessados”, diz o Sinergia SP, sindicato que representa a categoria no estado de São Paulo.
A Eletrobrás está em processo de privatização desde que Bolsonaro sancionou projeto que abre caminho para a entrega da estatal à iniciativa privada, em 2021.
A intenção do governo é realizar a capitalização e consequente redução da participação da União no capital da empresa no primeiro semestre deste ano.
Em nota, a direção da empresa declarou que “os quantitativos de adesão à greve ainda estão em apuração”.