“O respeito aos nossos chefes garantem o êxito na missão”, afirmou o militar, ex-presidente dos Correios demitido por Bolsonaro. “Somos instituição de Estado, não partidária, não sujeita às turbulências da política partidária”, acrescentou Juarez Cunha
O general Juarez Cunha, ex-presidente dos Correios demitido por Bolsonaro, escreveu nas redes sociais defendendo a democracia e a hierarquia e apontou que as Forças Armadas não devem se sujeitar “às turbulências da política partidária”.
Ele afirmou que a disciplina é o “farol” dos militares, enquanto a Constituição é o “guia”.
A mensagem foi postada no domingo (22), um dia depois do ex-comandante do Exército, Júlio César de Arruda, ter sido demitido por não cumprir uma ordem do presidente Lula, que também é Comandante Supremo das Forças Armadas. Lula nomeou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, ex-comandante militar do Sudeste, para ser o novo comandante do Exército.
“Amigos militares! Hora de reajustar o dispositivo e recompor as forças. Disciplina é o nosso farol, a Constituição o guia, o respeito aos nossos chefes garantem o êxito na missão“, publicou em suas redes sociais.
Veja mais sobre a demissão de Arruda em: Recusa em demitir ajudante de Bolsonaro e proteção aos golpistas motivaram exoneração de Arruda
“Somos instituição de Estado, não partidária, não sujeita às turbulências da política partidária”, acrescentou Juarez Cunha.
O general Arruda se recusou a demitir o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que é investigado por participar de um esquema de desvio de dinheiro dentro do Palácio do Planalto.
Na semana passada, o comandante Tomás Paiva fez um discurso exigindo respeito ao resultado das eleições e denunciando um “terremoto” na política que “está tentando matar a nossa coesão, hierarquia, está tentando matar a nossa hierarquia disciplinar e matar o nosso profissionalismo”.
O general Juarez Cunha endossou a fala de Tomás Paiva. “Palavras absolutamente adequadas no momento e manifesto aqui minha total solidariedade com o general”, disse.
Na segunda-feira (23), Cunha também defendeu punição aos militares envolvidos no atentado terrorista realizado em Brasília, no dia 8 de janeiro.
“Sobre a participação de militares nos atos de 08/01: deverão ser submetidos aos processos disciplinares e punidos conforme normas disciplinares ou legais”, afirmou.
“Entretanto, não cabe ao Governo interferir nesse processo. Já tivemos muita ingerência política no governo anterior”, pontuou.
O general Juarez Cunha foi demitido por Jair Bolsonaro da Presidência dos Correios em 2019 por ter se posicionado contra a privatização da estatal. Para Bolsonaro, Juarez Cunha “agiu como sindicalista” ao se posicionar.
Relacionada: