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O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, um dos militares mais prestigiados das Forças Armadas, afirmou neste domingo (11) que a mudança de governo não deve causar tensão no mundo militar. “Nada, a vida segue normal. Quem ganhou deverá governar, e quem perdeu deverá se organizar se quiser continuar influindo na política nacional”, disse Santos Cruz que foi ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro (PL).
“Será o terceiro governo de Lula, não há novidade nenhuma. Quem vai fazer parte da oposição sabe como Lula vai governar, e ele sabe como deve governar para não cometer os erros anteriores, porque todo governo comete erros, e tem acertos. Não vejo nenhuma expectativa de crise no relacionamento com os militares. Já tivemos dois mandatos com Lula, nesse período o relacionamento foi normal”, disse Santos Cruz em entrevista ao jornal O Globo.
Sobre a escolha de José Múcio para ministro da Defesa, Santos Cruz disse que “não vejo razão para que não seja bem recebido [pela área militar]”. “É uma pessoa equilibrada, agradável, simpática, bem-humorada para resolver as coisas. O presidente eleito o escolhe porque acha que ele terá um comportamento, aceitação, relacionamento bom, é o que todo presidente quer. E ele tem essas características. O sucesso dele dependerá de sua habilidade”, avaliou o militar.
Santos Cruz afirmou que o novo governo deve ser de união nacional. “Lula tem que mostrar que realmente é um governo para todos, de união nacional. O Brasil está muito desunido. A transparência, por conta dos escândalos, será fundamental. Com Bolsonaro houve uma tentativa evidente de politizar as Forças Armadas. No comportamento presidencial, sim, ficou bem claro. No discurso, na narrativa”, ressaltou.
Santos Cruz considerou também um erro os militares terem aceitado o convite para participar da fiscalização das eleições de 2022. “O problema é que aquilo foi explorado politicamente. Diversas instituições fazem parte desse processo de validação, não tinha necessidade nenhuma de convidar as Forças Armadas. Houve dois erros: convidar e aceitar”, criticou.