A General Motors (GM) vai suspender por 10 dias parte de sua produção na fábrica de São José dos Campos. A suspensão, entre os dias 12 e 23 de junho, atingirá cerca de 2.700 trabalhadores que atuam na fabricação do carro “picape S10”.
A medida, chamada de dayoff – quando trabalhadores permanecem em casa de forma remunerada – acontece dois meses após férias coletivas e demissões na unidade, que resultaram em greve dos trabalhadores pela manutenção dos postos de trabalho.
Ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a direção da GM justificou a medida apontando queda na produção picape S10. “Se existe queda na produção, a GM tem de se reunir com o Sindicato e buscar alternativas que não atinjam os trabalhadores. Os metalúrgicos da fábrica estão mobilizados e irão à luta contra qualquer medida que leve à perda de direitos ou empregos”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.
Na manhã desta quinta-feira (1º), o Sindicato realizou uma assembleia na porta da fábrica na manhã e, de acordo com a entidade “os trabalhadores estão dispostos a irem à luta em defesa dos empregos”.
No último dia 26, o governo federal anunciou um pacote de medidas de ajuda às montadoras, no sentido de estimular a queda no preço dos carros novos no Brasil e assim impulsionar as vendas. A redução no preço final dos carros se dará por meio de desconto nos impostos federais (PIS, Cofins e IPI) para veículos abaixo de R$ 120 mil.
Mas as montadoras insistem em atuar em total alheamento à realidade do país, em crise econômica e com juros nas alturas, como afirmou recentemente o próprio presidente Lula: “A fábrica de automóveis não está vendendo bem, mas qual pobre pode comprar um carro popular de R$ 90 mil?”, questionou.
