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No dia em que foi anunciado um novo recorde em número de mortes pela Covid-19 (1.910 óbitos), o Ministério da Saúde (MS) decidiu assinar contratos para compra de vacinas contra a Covid-19 dos laboratórios Pfizer e Janssen que devem chegar a 138 milhões de doses, deixando Bolsonaro e os negacionistas – que continuam resistindo à vacinação – falando sozinhos.
Segundo informação veiculada pelo MS na noite desta quarta-feira (3), os contratos estão em fase de elaboração e devem ser assinados até o início da próxima semana, com determinação da quantidade de doses a serem entregues.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu-se com representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que foram cobrar urgência na aquisição das vacinas.
O Ministério chegou a concordar com a proposta apresentada pela Pfizer, que prevê 8,715 milhões de doses até junho; 32 milhões até setembro; e 59,285 milhões até dezembro — no total, são 100 milhões de doses.
Embora os prazos sejam extensos diante da velocidade com que a pandemia continua vitimando os brasileiros, é um primeiro passo, fruto da pressão exercida por governadores, prefeitos, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e até setores do governo diante do extermínio em curso – uma tragédia que está repercutindo em todo mundo.
Pazuello reuniu-se também com representantes da Janssen, empresa do grupo Johnson&Johnson. A proposta é de fornecimento de 38 milhões de doses no segundo semestre. Um dos pontos da negociação é a instalação de um parque de produção do laboratório no Brasil.
Agora à noite, a Janssen divulgou comunicado no qual informou ter expectativa de concluir as negociações de um acordo com o Ministério da Saúde e fornecer vacinas para o Brasil.
O MS, horas antes, havia publicado no Diário Oficial da União um aviso de dispensa de licitação para a compra das vacinas das duas empresas – Pfizer e Janssen.
A informação indica que resistência à Pfizer, por não se responsabilizar por eventuais danos colaterais, foi superada.
Portanto, concretizadas as duas negociações, são 138 milhões previstas para este ano.
Quanto aos registros, a Pfizer é a única, entre as duas, com autorização aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto o imunizante da Janssen já recebeu aprovação de autoridades sanitárias de outros países.
Além da perspectiva do uso dessas duas vacinas, a Anvisa já liberou o imunizante da Oxford e, depois de muita pressão, a CoronaVac, produzida pela parceria do Instituto Butantan (Governo de São Paulo) com a empresa chinesa Sinovac.
Além da pressão social pela vacina diante da escalada do genocídio bolsonarista, pesou na decisão a aprovação pela Câmara dos Deputados, na terça-feira (2), do projeto que facilita a compra de imunizantes pela União, estados e municípios.
De acordo com o projeto, enquanto durar a emergência em saúde pública causada pela Covid-19, os três entes federativos estarão autorizados a comprar vacinas e a assumir riscos relacionados a eventuais efeitos adversos pós-vacinação desde que a Anvisa tenha concedido registro ou autorização temporária de uso emergencial das vacinas adquiridas.