Cumprindo ordens do governo de Honduras, centenas de policiais antimotins fortemente armados dispersaram oposicionistas que marchavam, neste domingo, na capital Tegucigalpa, em comemoração aos 198 anos da independência da América Central.
Convocadas pelo Partido Liberdade e Refundação (Libre), milhares de pessoas lideradas pelo presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe em 2009, seguiam pelo bulevar Morazán rumo ao centro quando foram covardemente atacadas.
O bando de policiais se utilizou de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de jatos de água disparados por um blindado para tentar dispersar os manifestantes contrários ao presidente Juan Orlando Hernández (JOH), como o fotojornalista e ativista de direitos humanos César Fontes, atingido no rosto por um disparo.
Entre as palavras de ordem entoadas e as faixas e cartazes presentes, ganhou destaque a frase “JOH é para fora que você vai”, e “Fora o narcoditador”.
Apesar da forte repressão, que causou dezenas de feridos, os manifestantes se reagruparam e seguiram para o parque central onde mais de 5.000 pessoas respaldavam Zelaya, quando os policiais voltaram a atacar. Dispersados pelo centro histórico, os opositores foram selvagemente perseguidos pela polícia em uma guerra de pedras contra bombas, o que obrigou as lojas a fecharem as portas.
“Honduras está mergulhada numa crise por seca, falta de capacidade produtiva, ilegitimidade do Estado, desvalorização da moeda, altos preços dos combustíveis e sinais de narcoestado”, resumiu Zelaya, exortando os patriotas a se manterem unidos e mobilizados “em defesa da democracia e da soberania nacional”.
A situação do ex-deputado Antonio Tony Hernández, irmão do presidente, é tão evidente que até mesmo numa corte de Nova Iorque é reconhecido como “narcotraficante em larga escala”.
Em San Pedro Sula e Choluteca igualmente houve forte repressão policial, com marchas de manifestantes também tomando as ruas de cidades como Villanueva, Cortés e La Seiba.
