Na capital de Pernambuco, Recife, a manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro e sua postura negacionista em relação à pandemia voltou a acontecer, neste sábado (19).
Os manifestantes se reuniram na Praça do Derby, às 10h, e caminharam pela Avenida Conde da Boa Vista até as pontes Duarte Coelho e Princesa Isabel. Foi entre as duas pontes que a Polícia Militar reprimiu a manifestação realizada no mês passado.
Duas pessoas que não participavam da manifestação foram atingidas pelas balas e ficaram cegas.
Agora, o ato foi encerrado pacificamente por volta do meio-dia.
No dia 29 de maio, quando as primeiras manifestações nacionais contra o governo Bolsonaro aconteceram desde o começo da pandemia, a PM reprimiu violentamente os manifestantes do Recife com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha, que cegaram os dois trabalhadores.
O comandante da PM do Estado foi afastado pelo governador Paulo Câmara (PSB).
Em vídeo publicado nas redes sociais, o governador Paulo Câmara condenou as agressões policiais e repudiou “todo ato de violência de qualquer ordem ou origem”.
“Até agora não nos foi apresentada uma justificativa plausível para uma ação como aquela que a Polícia Militar fez, e isso a gente não vai poder admitir. Cenas como as que ocorreram no último sábado não podem mais acontecer de maneira nenhuma, em hipótese nenhuma, no território pernambucano”, afirmou na ocasião o governador em entrevista ao NE1.
A vice-governadora, Luciana Santos, presidente do PCdoB, disse que o governo do Estado conversou com os movimentos sociais que organizaram a manifestação, através da Mesa Permanente de Articulação com a Sociedade Civil, e garantiu que a PM não iria reprimir o ato.
“Destaco a inovadora forma da relação e articulação do Estado com os movimentos, com a criação da Mesa Permanente de Articulação com a Sociedade Civil. Tivemos um ato tranquilo, organizado, com respeito à livre manifestação, como tem que ser”, disse Luciana.
A presidente nacional do PCdoB avalia que “as manifestações desse sábado mostram que a rejeição ao presidente só cresce em todo o país. Saúdo aqui a coragem e a organização dos que foram aos atos”.