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O governo de São Paulo comprará 20 milhões de doses da vacina contra o coronavírus da Pfizer e 20 milhões de doses da russa Sputnik V. A afirmação foi feita a prefeitos do estado que cobraram medidas mais restritivas no combate à disseminação do coronavírus.
A gestão paulista pretende usar os dois imunizantes, junto da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, no programa de imunização contra a Covid-19. O governador do estado, João Doria, já havia anunciado a compra de mais 20 milhões de doses da CoronaVac anteriormente, totalizando 60 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus para vacinar toda a população do estado até o fim de 2021.
“São Paulo já autorizou a compra de outras vacinas. Aliás, fiz isso, ao secretário da Saúde de SP, autorizando a compra de mais 40 milhões de doses de vacinas, 20 milhões da vacina russa, a vacina Sputnik, mais 20 milhões da vacina norte-americana, a vacina da Pfizer, além de 20 milhões que encomendamos para a Sinovac, tão logo termine a entrega das vacinas ao Ministério da Saúde”, afirmou Doria durante a reunião com os prefeitos.
“Até dezembro, todos os brasileiros que moram em São Paulo estarão vacinados”, disse Doria.
“Ao final deste ano, espero que seguindo o ritmo de outros estados, já teremos um Natal em uma circunstância completamente diferente desta que estamos vivendo agora e que vamos viver nas próximas 2 semanas”, acrescentou o governador.
A compra das novas vacinas para o estado ocorrerá, segundo o governador, após a entrega do último lote pendente do Butantan para o governo federal, que é 46 milhões de doses e com encerramento da entrega prevista para abril, disse Doria.
Após o envio dessa quantidade ao Ministério da Saúde, “não haverá mais exclusividade” na venda das vacinas contra o coronavírus produzidas pelo Butantan para o governo federal.
“A partir daí, São Paulo e todos os demais estados poderão também comprar vacinas do Butantan”, afirmou Doria durante o encontro com os prefeitos.
As declarações de Doria são embasadas pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar que Estados e municípios adquiram vacinas caso o envio de doses pelo governo Jair Bolsonaro seja insuficiente, gestores locais passaram a se articular para fechar negócios por conta própria. Nesta terça, a Câmara dos Deputados também aprovou projeto de lei que autoriza governadores, prefeitos e o setor privado a comprarem imunizantes.
Porém, além da vagarosidade do governo Bolsonaro em comprar as doses, os brasileiros ainda lidam com outro problema gerado pelo boicote a vida feito pelo presidente da República. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não autorizou imunizantes da Moderna, a Sputnik V e a indiana Covaxin, nem para uso emergencial aqui no Brasil. Na semana passada, a agência aprovou o pedido de registro definitivo da vacina produzida pela Pfizer e Biontech.
Nesta terça, o estado de São Paulo registrou o maior número de mortes por Covid-19 em 24h desde o início da pandemia, com 468 novos óbitos, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde. Com os novos registros, o estado chegou a 60.014 mortes provocadas pela doença.
A média estadual de ocupação de leitos de UTI COVID-19 chegou a 75,3% na última terça, sendo 76,7% na Grande São Paulo. O total de pacientes internados em estado grave em chegou a 7.415, com média diária de cem novas internações em todas as regiões de São Paulo nos últimos dez dias.
Além de Doria, governadores e prefeitos se organizam para criação de um consórcio para compra de vacinas. Pelo menos 18 governadores e mais de 100 prefeitos já se uniram para ir à busca das doses que Bolsonaro se recusa a comprar.