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O governo federal, através do Ministério do Trabalho e Emprego, vai discutir com a General Motors (GM) a demissão coletiva ocorrida nas unidades de São José dos Campos, São Caetano e Mogi das Cruzes, em São Paulo, no último fim de semana. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, determinou à sua equipe que entre em contato com a direção da empresa para marcar uma reunião de conciliação ainda esta semana.
Desde o aviso de dispensa, no sábado (21), os trabalhadores das três plantas estão em greve por tempo indeterminado. De acordo com os sindicatos, mil trabalhadores foram demitidos pela multinacional.
“Determinei que se chame ainda essa semana uma mesa de negociação entre a empresa e os sindicatos para tratar das demissões. Inaceitável que a empresa tenha tomado essa medida sem dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras e para piorar mande um telegrama em pleno fim de semana comunicando essa absurda decisão”, disse o ministro.
A intervenção do governo federal no caso foi um apelo dos Sindicatos dos Metalúrgicos dos três municípios e das centrais sindicais, que enviaram ao ministro Luiz Marinho um documento onde explicam as circunstâncias das demissões, ocorridas sem negociação prévia com os sindicatos, o que “contraria a legislação nacional” e são consideradas “injustificáveis”.
As entidades também denunciam que a montadora descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, e desmontam os argumentos da empresa de queda nas vendas para justificar as demissões.
“A montadora alega queda em suas vendas, mas registrou, ao contrário, aumento de 18,18% nas comercializações brasileiras entre abril e junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado”, diz o texto.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, também conversou pessoalmente com o ministro Luiz Marinho e com o procurador geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), José de Lima Ramos Pereira, para que interviessem pelos trabalhadores.
“Tivemos algumas conversas sobre a situação da GM, de demitir trabalhadores sem nenhuma atitude para preservar os empregos, de não procurar os sindicatos para soluções que não fosse a demissão”, disse Torres.
Conforme Miguel Torres, as demissões foram “muito violentas”, por terem ocorrido por telegrama, no fim de semana. “Isso é um desrespeito total aos trabalhadores e trabalhadoras”, classificou. Segundo ele, o procurador-geral acionou o MPT do Estado de São Paulo, que também deverá buscar um posicionamento da empresa.
Na terça-feira (24), os sindicatos realizaram novas assembleias nas portas das fábricas e os trabalhadores decidiram pela continuidade da paralisação até que a montadora apresente uma solução para o impasse.