O tamanho da dívida do Brasil junto a organismos internacionais chegou à marca de R$ 10,1 bilhões. Mesmo assim, o Ministério da Economia deve diminuir ainda mais o pagamento desses débitos para atender as emendas parlamentares do Centrão na votação do Orçamento no Congresso Nacional.
A previsão do governo na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 para atender os compromissos com as instituições multilaterais era de apenas R$ 2,2 bilhões em 2021. Esse valor não cobriria nem os compromissos de R$ 4,2 bilhões previstos para este ano. Mesmo assim, a verba deverá sofrer novos cortes em razão do acordo com parlamentares da base governista.
O Tribunal de Contas da União já havia alertado para o crescimento da dívida, que no final de 2020 estava em R$ 6 bilhões, tendo como base a taxa de câmbio em R$ 5,48. O calote aumentou, pois o governo não pagou as dívidas com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituição financeira dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Além de prejudicar a imagem do Brasil no exterior, o não pagamento dos compromissos compromete a capacidade de intervenção do país nessas organizações.
Nos últimos anos, por exemplo, a cota mínima da Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido paga no “último segundo” para não perder o direito a voto, o que cria embaraço à participação rotativa no Conselho de Segurança.
A dívida com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) é de cerca de R$ 500 milhões em plena pandemia.