Ao comentar o resultado, o assessor especial de Lula lembrou também que, nesta semana, os trabalhistas venceram a eleição na Inglaterra
O assessor especial para a política externa do governo brasileiro, Celso Amorim, comentou, neste domingo (7), a vitória da esquerda francesa nas eleições legislativas do país. Para Amorim, foi grande a vitória e sinal de que a “extrema-direita” não passará.
O resultado da eleição aponta para uma vitória expressiva da esquerda no segundo turno das eleições legislativas na França, derrotando a extrema-direita no segundo turno.
Ao comentar o resultado, Amorim lembrou ainda que, nesta semana, os trabalhistas venceram a eleição na Inglaterra. Para ele, os pleitos francês e inglês são grandes exemplos para a América Latina.
“Grande vitória. Juntamente com a vitória dos trabalhistas na Grã- Bretanha, abre- se o caminho da esquerda democrática na Europa. A extrema-direita não passará”, enfatizou o ex-chanceler brasileiro.
“Grande exemplo para a América Latina”, acrescentou Amorim.
REAÇÃO DO ITAMARATY
A cúpula do Palácio do Itamaraty – Ministério das Relações Exteriores – está no Paraguai, para a reunião do Mercosul marcada para esta segunda-feira (8).
Nos bastidores, o Itamaraty destaca que houve rápida reversão de tendência na França, que a extrema-direita sequer será a bancada, no parlamento, mais poderosa.
O efeito, segundo o Ministério, é positivo para o Brasil, porque terá alinhamento com a França tanto no Executivo quanto no Legislativo. Ou seja, a França estará em sintonia com temas importantes para o Brasil como meio ambiente, direitos humanos e imigração.
RESULTADOS
Esquerda e centro barram extrema-direita, mas também não conseguem maioria. A esquerda deve tentar indicar novo primeiro-ministro, mas governabilidade é incógnita, e AN (Assembleia Nacional) ainda arrisca paralisação. A aliança de esquerda NFP (Nova Frente Popular) e o centro macronista, agrupado na coligação Juntos, surpreenderam neste domingo, no segundo turno das eleições legislativas francesas.
E ainda ficaram à frente da ultradireitista RN (Reunião Nacional), que havia recebido a maior porcentagem de votos no primeiro turno e que em pesquisas no início da semana parecia caminhar para formar a maior bancada da AN.
Segundo os resultados finais, a NFP conquistou o maior número de cadeiras: 182. O Juntos, do presidente Emmanuel Macron, veio na sequência, com 168. A RN, o partido de Marine Le Pen, de extrema-direita, e facção aliada da direita conservadora conquistaram 143.
No sistema semipresidencialista da França, o presidente e os membros do governo são eleitos separadamente. Presidente depende de primeiro-ministro indicado pela AN para assegurar a governabilidade. Para obter a maioria absoluta e poder liderar governo estável, partido ou coligação precisa de 289 das 577 cadeiras na AN.
O resultado deste domingo foi visto com alívio por lideranças de esquerda e de centro, já que afastou decisivamente a possibilidade de a RN formar uma maioria e controlar o governo. No entanto, nem a NFP nem o Juntos de Macron conseguiram maioria.
QUADRO PARTIDÁRIO
A NFP foi formada às pressas logo após Macron convocar a eleição legislativa, em 9 de junho. O grupo é formado pelos partidos A França Insubmissa (LFI), de esquerda; o tradicional PS (Partido Socialista); o Partido Comunista; e os Verdes.