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Levantando cartazes com o nome de Bernardo Arévalo, multidão denunciou a armação da procuradora Consuelo Porras para impedir a posse do presidente eleito através da cassação ilegal do seu partido
Milhares de manifestantes voltaram às ruas da capital guatemalteca neste sábado (2) e tomaram a frente do Palácio Nacional, na Praça Constituição, para exigir a posse do presidente eleito, Bernardo Arévalo, e a renúncia da procuradora María Consuelo Porras Argueta.
Os guatemaltecos foram convocados por Arévalo na sexta-feira (1) para barrar o “golpe de Estado”, diante das ameaças de Porras de impedir que o líder do partido Semilla (Semente) assuma o poder no dia 14 de janeiro, após vencer as eleições no segundo turno.
“Há um grupo de políticos e funcionários corruptos que se recusam a aceitar este resultado e lançaram um plano para quebrar a ordem constitucional e violar a democracia”, declarou Arévalo, que venceu com mais de 58% a ex-primeira dama Sandra Torres.
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Na véspera, também uma ampla rede de entidades protocolou junto ao Ministério Público uma lista com mais de 100 mil assinaturas em defesa da imediata demissão da procuradora. Convocados por organizações sociais e de base, os manifestantes também reivindicam a renúncia de Cinthia Edelmira Monterroso, do mesmo Ministério Público; de Rafael Curruchiche Cucul, chefe da Procuradoria Especial contra a Impunidade (FECI); e do juiz Fredy Orellana; identificados como cúmplices na operação do golpe.
Com bom humor e ironia, os guatemaltecos entoaram palavras de ordem ao longo do Centro Histórico denunciando “Um caso fabricado, mais falso que o doutorado”, relacionando a ridícula “investigação” orquestrada contra o partido Semilla com as acusações de o certificado de doutorado de Porras é plagiado. “Renuncie agora!”, defendeu a multidão.
O governo do México fez um “respeituoso chamado aos diferentes setores a proteger o estado de direito, a ordem social e a respaldar o voto legítimo dos guatemaltecos”, assegurando o mandato de Arévalo.
TRIBUNAL ELEITORAL RESPEITA A VONTADE POPULAR
Reunido na noite de sábado, o pleno de magistrados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou que o Movimento Semilla continua sendo partido político e suspenderam a ordem de seu cancelamento, definido por um juiz corrupto e defendido pela procuradora.
Conforme as autoridades eleitorais, “não é razoável nem prudente expor a validade da personalidade jurídica das organizações políticas, uma vez que estas constituem, de acordo com a lei e a doutrina, a base do sistema eleitoral guatemalteco”.
Na resolução anulatória, o Plenário do TSE também emitiu uma exortação ao Executivo, Legislativo e Judiciário, para que seja garantida a decisão tomada soberanamente pelos eleitores. “Fazemos uma exortação a que os três poderes do Estado para que, no exercício das funções que lhes correspondem nos termos da lei, continuem a zelar pelo respeito pela vontade popular expressa nas urnas, pela integridade, pureza e eficácia do processo eleitoral”, sublinham.