Nesta quarta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que está descartado o reajuste salarial reivindicado pelos servidores federais. A afirmação se dá no mesmo dia em que as entidades que representam o funcionalismo público se reúnem com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), em mais uma rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente.
Em sua ânsia de zerar o déficit nas contas públicas neste ano, o ministro disse, em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, que “a equipe está fazendo cálculos para ver se há espaço para reajuste aos servidores nos próximos anos”.
De acordo com o ministro, o “Orçamento de 2024 está fechado”. Ele informou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) se reuniu hoje para atender a um pedido da ministra da Gestão, Esther Dweck, para verificar o espaço para possíveis reajustes aos servidores públicos até 2028.
Enquanto isso, os servidores pressionam cada vez mais por reajuste, com intensa mobilização das categorias dos diversos setores do serviço público, com protestos, paralisações e greves. Para tentar debelar o movimento, o governo aceitou antecipar para a tarde de hoje a reunião da Mesa de Negociação Permanente com as entidades.
Para o presidente do Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, o governo tenta um acordo parcial para implementação dos benefícios já no mês de maio, o auxílio alimentação, que subiria para R$ 1 mil, para atenuar as mobilizações que acontecem em todo o país.
Conforme o dirigente do Fonacate, o governo tirou da mesa a recomposição geral linear de 9%, com 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026. Segundo Rudinei Marques, “tem umas 20 categorias com algum processo de mobilização, ou operação padrão, ou paralisações pontuais, ou mesmo greve. Quando algumas começam a se mobilizar, a tendência é que outras acompanhem. A intenção do governo, com implementação do auxílio [alimentação maior] já para maio, é estancar esse processo. Acho que não vai conseguir”, avalia.
