Hospitais estão quase sem energia e sob falta de medicamentos, relata a ministra Mai Al-Kaila
“O sistema de saúde entra em colapso total, a Faixa de Gaza está sem medicamentos para câncer, diabetes e insuficiência renal, e há uma grave escassez de suprimentos médicos”, afirmou a médica e ministra da Saúde da Palestina, Mai Al-Kaila, em coletiva de imprensa, revelando que a grande maioria das instalações de saúde sofrem com a falta de combustível e energia, como resultado do bloqueio terrestre ao qual se sobrepõe a barbárie dos bombardeios aéreos perpetrados por Israel.
A ministra denunciou que todos os principais hospitais da Faixa foram totalmente ou parcialmente destruídos como resultado dos constantes ataques. 12 hospitais não estão operando devido à falta de combustível e energia.
“O combustível é urgentemente necessário para restaurar o trabalho dos principais centros médicos. A ajuda humanitária que chegou é uma gota no oceano, precisamos garantir corredores seguros para a sua entrega”, ressaltou Mai Al-Kaila.
ISRAEL USA MUNIÇÕES PROIBIDAS INTERNACIONALMENTE
“As vítimas chegam com queimaduras, cujo tipo indica o uso de armas proibidas pelas convenções internacionais. Todos esses casos são documentados para posterior transmissão às autoridades internacionais relevantes”, acrescentou a ministra palestina, sublinhando que muitos feridos precisam aguardar sua vez nas portas dos hospitais e nos corredores.
A ministra informou que por parte dos profissionais de saúde, os números estão alarmantes: pelo menos 65 médicos e enfermeiros já foram mortos em decorrência dos bombardeios.
Só o Hospital Al-Shifa — maior complexo médico da região, recentemente bombardeado por Israel — está abrigando 50 mil pessoas deslocadas.
O diretor do hospital, Muhammad Salima, apelou a todo o mundo para convencer Israel a abrir corredores humanitários seguros que permitam a evacuação dos feridos para fora da Faixa de Gaza, para receber equipamento médico necessário, criar hospitais de campanha e receber combustível para os geradores dos hospitais.
Salima frisou que, como resultado dos ataques israelenses, mais de 40 ambulâncias já foram atingidas ao transportar as vítimas.
70% DAS VÍTIMAS SÃO CRIANÇAS, MULHERES E IDOSOS
Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde da Palestina, 70% das vítimas são crianças, mulheres e idosos.
A organização não governamental internacional de direitos humanos Human Rights Watch confirmou o uso pelas Forças de Israel de munições de fósforo branco, proibidas pelas convenções internacionais, em suas operações em Gaza e no Líbano.
As evidências, analisadas pela ONG, são baseadas em vídeos dos ataques feitos nos dias 10 e 11 de outubro, que mostram múltiplos disparos de tiros de artilharia com fósforo branco, além de dois relatos distintos de pessoas atacadas em Al-Mina, em Gaza, que disseram que as explosões no céu foram seguidas de “linhas brancas em direção à terra” e que o odor após os ataques foi “sufocante”.