O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) confirmou, nesta semana, que Anderson Torres, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), vai chefiar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), a partir do próximo dia 2 de janeiro.
O atual secretário da SSP, Júlio Danilo, seguirá no cargo até início de janeiro, quando retornará ao posto de delegado da Polícia Federal.
Torres já tinha ocupado a SSP-DF na atual gestão. Ele assumiu o Ministério da Justiça em março de 2021, no lugar de André Mendonça. Antes, a pasta havia sido comandada por Sergio Moro (União Brasil).
Como ministro, foi responsável por determinar que a PF investigase os institutos de pesquisa eleitoral com base em uma representação assinada por Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal), de Bolsonaro.
O ministro alegou existir um “histórico de erros absurdos” dos institutos que influenciariam o resultado das eleições ao encaminhar o caso para a corporação dois dias depois do primeiro turno.
A atuação da Polícia Rodoviária Federal no processo eleitoral consolidou Anderson Torres, chefe da pasta à qual o órgão está atrelado, como um dos principais aliados das investidas de Jair Bolsonaro (PL) contra o sistema eleitoral.
Sob a tutela do ministro da Justiça, a PRF descumpriu ordem do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao aumentar a fiscalização de veículos de transportes de passageiros no dia do segundo turno da eleição.
A articulação de Torres para retornar à Secretaria foi criticada pela equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações obtidas pela jornalista Andreia Sadi, da GloboNews.
De acordo com Sadi, o incômodo ocorre porque Anderson é considerado o “homem forte” de Bolsonaro e essa escolha de Ibaneis acontece em meio à escalada de episódios de violência na Capital Federal, às vésperas da posse de Lula.