Morreu neste domingo (8) o maior ídolo da história do Vasco e uma das principais referências do futebol no país. Roberto Dinamite faleceu, às 10h50, aos 68 anos. Ele vinha lutando contra um tumor no intestino desde o fim de 2021, teve uma piora no quadro e foi internado neste sábado, no hospital da Unimed, no Rio de Janeiro.
Carlos Roberto de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias (RJ). Maior artilheiro da história do Cruz-Maltino e jogador com mais jogos pelo clube, Dinamite foi campeão do Campeonato Brasileiro de 1974, dos Cariocas de 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992, das edições do Troféu Ramón de Carranza em 1987 e 1988, dentre outros.
O ex-atacante ainda detém as marcas de maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro, com 190 gols, e do Campeonato Carioca, com 279.
Detentor de uma estátua atrás de um dos gols de São Januário, ao longo da carreira, ele também vestiu as camisas do Barcelona, da Espanha, da Portuguesa de Desportos, do Campo Grande e da seleção brasileira.
Fora das quatro linhas, Dinamite elegeu-se vereador em 1992, pelo PSDB. Em 1994 se elegeu deputado estadual, cargo que ocuparia ainda por mais quatro mandatos. Também foi presidente do Vasco por duas gestões, entre 2008 e 2014.
Roberto ganhou o apelido de “Dinamite” devido ao Jornal dos Sports na época em que ele jogava. “Eu fiz a minha estreia no Maracanã em um jogo entre Vasco e Internacional, no time principal, e aí surgiu o apelido Dinamite. Na época, o técnico interino me levou para a partida no Maracanã e eu entrei no segundo tempo. Peguei uma bola na intermediária, fui levando, levando, dei um corte no zagueiro e bati, um chute forte, de fora da área”, começou.
“Naquela época, a rede tinha um ferrinho, não era esticada como é hoje. Quando a bola entrou, ela levou a rede, carregou. E um fotógrafo tirou a foto e mostrou [para o time do Vasco]. O Jornal dos Sports deu, à época, ‘o garoto dinamite explode o Maracanã’. Desse título [da matéria, no jornal já extinto], surgiu o Roberto Dinamite”.
CARREIRA
Dinamite foi promovido ao elenco profissional no início da década de 1970 e se tornou um dos principais nomes do Vasco na conquista do Brasileiro de 1974. Com faro artilheiro, fez gols importantes e a relação com a torcida cresceu, vieram conquistas com a do Carioca de 77, e a identificação com o clube ficou ainda mais forte com o passar dos anos.
Um dos gols que marcou uma geração foi marcado em um clássico com o Botafogo, no Carioca de 1976. Na jogada, ele recebeu da direita, matou a bola no peito, deu um lençol no zagueiro Osmar e finalizou com uma espécie de voleio. O gol, aos 45 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória vascaína de virada por 2 a 1 e ficou conhecido como “O Gol do Lençol”. Muitos o classificam como o gol mais bonito do Maracanã.
Em 1980, Dinamite foi vendido ao Barcelona, da Espanha, mas pouco após a estreia, houve uma troca no comando técnico e o brasileiro perdeu espaço. Neste cenário, o Flamengo, presidido por Márcio Braga, procurou o atacante. Após certa pressão da torcida, o Vasco foi ao Velho Continente e o repatriou.
O jogo após o retorno foi no Maracanã com 100 mil pessoas, onde Dinamite marcou todos os gols da equipe na vitória por 5 a 2 sobre o Corinthians.
Roberto Dinamite ficou no Vasco até 1989, marcou inúmeros gols e se afirmou como maior ídolo do clube.
Em 1989, com 35 anos e em meio à chegada de outros nomes para a posição, ele acabou emprestado à Portuguesa e participou de uma das grandes campanhas da Lusa no Brasileiro. Neste período, ainda viu o “nascimento” de Dener, de quem seria companheiro posteriormente no Cruz-Maltino.
Dinamite ainda retornaria à Colina. Em 1991, após o Brasileiro, o Vasco fez mudanças no grupo e o então atacante foi para o Campo Grande. Em 1992, vestiu novamente a cruz de malta e, já na reta final da carreira, ainda foi campeão do Carioca.
Roberto Dinamite disputou as Copas de 1978 e 1982, além de outros torneios. A última participação com a amarelinha foi em 1984, mesmo em boa fase no Vasco, acabou não sendo convocado para a Copa de 1986.
Dinamite parou em 1993, pelo Vasco, e o adeus aos gramados aconteceu em um amistoso contra o La Coruna, da Espanha, em partida que Zico, maior ídolo do Flamengo, vestiu a camisa cruz-maltina.
Ídolo do Vasco, Dinamite também foi presidente do clube por dois mandatos, entre 2008 e 2014. Neste período, conseguiu o acesso de 2009 e conquistou a Copa do Brasil, até então inédita no clube, em 2011. Porém, terminou em baixa com o rebaixamento de 2013 e uma campanha irregular na Série B de 2014, mas que terminou com a vaga na elite.