No mês de maio, IPCA ficou em 0,23% e em doze meses em 3,94%, influenciada pela queda nos preços dos alimentos e dos combustíveis
A inflação oficial de maio ficou em 0,23%, abaixo da taxa de 0,61% registrada em abril, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a alta acumulada é de 2,95% e em doze meses o índice atingiu 3,94%, a taxa mais baixa acumulada desde outubro de 2022 (3,92%).
Ao contrário das expectativas dos analistas e porta-vozes do sistema financeiro e do presidente do Banco Central em manter os juros nas alturas sob o pretexto de uma falsa demanda, a inflação vem desacelerando. Em fevereiro o IPCA marcou 0,84%, em março 0,71%, em abril 0,61% e agora recuou para 0,23%.
Por outro lado, ao manter a taxa básica de juros da economia em 13,75%, Campos Neto aumenta os juros reais e mantém o Brasil em primeiro lugar no ranking mundial. O resultado é uma economia patinando, com quedas nas atividades industriais, no emprego e alto índice de inadimplência das famílias e das empresas.
Com as quedas nos preços dos combustíveis (-1,82%), com destaque no óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%), além das passagens aéreas (-17,73%), o Grupo de Transporte recuou (-0,57%). Artigos de residência também recuou (-0,23%).
De acordo com o IBGE, a desaceleração da inflação em maio teve forte influência do grupo de Alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, afirmou André Almeida, analista da pesquisa.
A alimentação no domicílio, que passou de 0,73% no mês anterior para uma estabilidade em maio, registrou queda nos preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%). Por outro lado, a alta teve como destaque a inflação do tomate (6,65%), do leite longa vida (2,37%) e do pão francês (1,40%).
“Nos casos do tomate e do leite, os aumentos de preço estão relacionados a uma menor oferta”, explica Almeida.
Os grupos que apresentaram alta nos preços estão: Saúde e cuidados pessoais (0,93%) com destaque para plano de saúde (1,20%). Nesse grupo, os produtos farmacêuticos, com alta de 0,89%, contribuíram para o resultado, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
Pesaram, ainda, no índice as altas nos preços de água e esgoto e energia elétrca, que tiveram aumentos em algumas capitais do país.
O Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, caiu de 66,0% em abril para para 56,0% em maio, menor percentual desde agosto 2020 (55,2%).