Os investigados por conta de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia, como o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis, continuaram fazendo ameaças mesmo depois do inquérito e das operações de busca e apreensão feitas pela Polícia Federal.
Em uma live feita pelo Facebook, Otoni de Paula disse que não vai “recuar um milímetro”. “Se alguém pensa que vou deixar de falar o que penso, que vou deixar de ter a mesma postura que eu tenho, eu não vou deixar de ter”.
Na mesma transmissão, o deputado informou seus seguidores que a PF tinha ido até sua casa para apreender seu celular e seu notebook por conta das operações de busca e apreensão.
Otoni estava convocando seus apoiadores para a manifestação marcada para o dia 7 de setembro, em Brasília, para quando os bolsonaristas estavam organizando um golpe para fechar o STF e atacar a democracia.
Ele insiste que não fez “nada para ser preso”. “Claro que nós estamos vivendo em estado de exceção no Brasil e em um estado de exceção você pode ser preso”, argumentou.
O deputado bolsonarista falou que o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito, é “autoritário” e um “déspota”, pois tem um “comportamento ditatorial”.
O depoimento de Otoni de Paula foi marcado para a sexta-feira (20), mas ele não compareceu na Polícia Federal. Por ordem do STF, o Twitter do deputado está bloqueado.
O empresário Turíbio Torres, que também está sendo investigado, disse que “o movimento” tem que continuar. “Nosso recado foi dado, e chegou para quem a gente queria que chegasse. Então, se eles estão fazendo tudo que estão fazendo contra minha pessoa, Zé Trovão, Sérgio Reis, é porque eles sabem que nosso movimento está gigante e que eles serão os maiores prejudicados”.
O cantor sertanejo Sérgio Reis informou à imprensa, através de sua esposa, que teve uma crise de diabetes e estava passando mal por conta da repercussão negativa que suas declarações golpistas tiveram.
Mesmo assim, voltou a falar que vai participar da manifestação bolsonarista do dia 7 de setembro. “Tenho de ir para a rua porque me comprometi com eles. Preciso mostrar para o povo que querem me amedrontar. Se tiver de morrer, eu morro, morro pelo meu país. Não vou fugir”.
“Pelo que estão fazendo, soltando os bandidos, eu quero o impeachment deles. Não acho que estão representando o povo. Ali é o Supremo Tribunal Federal, é a Justiça do país, tem de ter coerência”, comentou, mantendo sua postura de ameaça à democracia e à Justiça.