Apenas 24% acham o governo ótimo ou bom. Só 14% dos entrevistados acham que o próximo governo deve manter a mesma forma de agir que o atual. 67% dos brasileiros consideram que a economia está no caminho errado. O atual mandatário também perde de todos os demais presidenciáveis no segundo turno
Pesquisa da XP e do Instituto Ipespe, divulgado nesta quarta-feira (3), revela que a reprovação do governo Bolsonaro manteve-se em 64% enquanto a aprovação ficou em apenas 30% dos entrevistados.
59% dos consultados têm percepção negativa das notícias do governo. 7% avaliam suas notícias como positivas e 24% não acham nem uma coisa nem outra. Não sabem responder foram 10% dos entrevistados. A notícia que mais repercutiu no país foi a de que Bolsonaro disse que a vacina pode causar Aids.
O governo Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 54% dos entrevistados. Um ponto percentual a menos que na pesquisa anterior. Os que acham o governo ótimo ou bom ficou em 24%, um ponto a mais em relação à ultima pesquisa, de setembro. 20% acham regular e 2% não souberam responder.
Apenas 14% dos entrevistados acham que o próximo governo deve manter a mesma forma de governar que o atual. 56% querem mudança. Inflação, saúde, desemprego e fome são os principais assuntos levantados pelos eleitores. 57% dos brasileiros acham que Bolsonaro foi mal na pandemia apenas 21% aprovam sua conduta. 50% disseram que se informam pela TV e 20% pela internet. O restante, por outras formas de mídia.
Diferente do governo federal, as administrações estaduais e municipais mantêm boas avaliações. Apenas 8% dos brasileiros consideram a atuação do Congresso nacional como ótima ou boa. 48% consideram a atuação dos parlamentares como ruim ou péssima. 38% consideram regular.
A pesquisa mostrou que 67% dos brasileiros acham que a economia está no caminho errado. Apenas 24% apoiam a atual política econômica. 83% dos entrevistados acha que não vai ser beneficiado com o Auxílio Brasil.
A pesquisa mostra também que Jair Bolsonaro perde para todos os adversários no segundo turno. Além de confirmar que o atual presidente não se reelege na disputa com Lula, o estudo revela também que a chamada terceira via tem um espaço de 45% do eleitores para disputar. 61% disseram que não votam de jeito nenhum em Bolsonaro e 46% não votam em Lula. 66% dos entrevistados ainda não decidiram em quem votar.
O percentual dos entrevistados que não citou nem Lula nem Bolsonaro na pergunta espontânea sobre em que votaria na eleição do ano que vem é de 45%. Este percentual seria, portanto, o alvo da disputa dos candidatos da terceira via, uma vez que esta é a parcela de eleitores que já rejeita os dois pré-candidatos que atualmente se encontram à frente na disputa.
No primeiro cenário estimulado, com seis candidatos, o Iperspe mostra que Lula aparece com 42%, contra 28% de Jair Bolsonaro. Em terceiro lugar aparece Ciro Gomes (PDT) com 11% do eleitorado. Na sequência vêm João Doria, do PSDB, com 4%, Luiz Henrique Mandetta, do DEM, com 3% e Rodrigo Pachedo, do PSD, com 2%.
No segundo cenário, o instituto apresentou 10 nomes de concorrentes à vaga de presidente no ano que vem. O resultado não muda muito. Lula sai na frente. De acordo com o levantamento, Lula tem 41% das intenções, contra 25% de Bolsonaro. Ciro Gomes (9%), Sérgio Moro (8%), Mandetta (3%), José Luiz Datena (do PSD, com 3%), Eduardo Leite (do PSDB, com 3%), Rodrigo Pacheco (do PSD, com 2%), Simone Tebet (do MDB, com 1%) e Alessandro Vieira (Cidadania.
Num cenário de segundo entre Lula e Bolsonaro, o primeiro fica com 50% dos votos, seguido por 32% do atual presidente. A pesquisa também simulou um segundo turno entre Ciro Gomes e Bolsonaro. Ciro venceria Bolsonaro por 44% a 34%. Já entre Doria e Bolsonaro, o governador paulista levaria a Presidência com 40% a 35%, enquanto Leite venceria por margem menor, de 37% a 34%.
No cenário espontâneo, a intenção de voto em Lula oscilou de 30% para 31%, de setembro para outubro, e, no estimulado, passou de 43% para 42%.
A evolução de Jair Bolsonaro, foi de 23% para 24% no levantamento espontâneo e se manteve em 28% no estimulado. Os que não escolheram nenhum candidato ou afirmaram que votariam em branco ou nulo foram 8%. Já 30% dos entrevistados não souberam ou optaram por não responder. O levantamento foi feito de 25 a 28 de outubro, com 1.000 entrevistados com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos.
