A defesa do “caminhoneiro” Zé Trovão, que incentivou a tentativa de golpe bolsonarista no dia 7 de setembro, informou que ele se entregou voluntariamente à Polícia Federal em Joinville, em Santa Catarina.
Marcos Antônio Pereira Gomes, nome de Zé Trovão, estava foragido no México desde que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou sua prisão por incitação ao golpe.
Mesmo procurado e em outro país, o bolsonarista continuou divulgando vídeos em grupos nas redes sociais dizendo que o STF deveria ser derrubado.
No México, Zé Trovão ficou hospedado em um hotel, mas, até hoje, não está claro quem financiou sua fuga.
A ordem de prisão foi dada devido à sua atuação “na divulgação de mensagens, agressões e ameaças contra a democracia, o estado de direito e suas instituições”, argumentou o ministro.
Antes de se entregar, Zé Trovão divulgou um outro vídeo em seu canal no Telegram, informando seus seguidores que o faria e que “tudo isso é pelo Brasil, por cada ser humano cidadão de bem”.
“Nesse 26 de outubro, eu me entreguei à Justiça brasileira, me apresentei à Justiça brasileira, porque, como diz o nosso hino, verás que um filho teu não foge à luta. E eu jamais iria abandonar o povo brasileiro”, bravateou o “caminhoneiro” no vídeo.
A defesa adiantou que irá entrar com recursos para tentar tirá-lo da prisão.
No início do mês, a defesa de Zé Trovão pediu ao STF autorização para retornar ao país. Segundo a CNN Brasil, a petição foi anexada ao inquérito que investiga a organização dos atos.
No documento, os advogados alegaram que ele é pai de uma criança recém-nascida em Joinville, que depende da renda e do trabalho paterno. Além disso, na petição, a defesa afirmava que Zé Trovão se apresentaria espontaneamente à Justiça.
O “caminhoneiro” estaria com dificuldades financeiras para continuar no México, destacou a reportagem.
Outro defensor do governo Bolsonaro que fugiu da Justiça depois de atacar a democracia e estimular um golpe de estado é o blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre.
Alexandre de Moraes concedeu à Polícia Federal a autorização para prender Allan dos Santos, que produziu e disseminou notícias falsas para atacar as instituições democráticas e defender o governo Bolsonaro. O site Terça Livre também foi usado para agredir e mentir sobre os opositores do governo.
Durante a pandemia, Allan dos Santos também divulgou centenas de mentiras que atrapalharam o combate à Covid-19, entre as quais a de que o coronavírus era inofensivo e que a cloroquina era um remédio milagroso.
Como o blogueiro fugiu para os Estados Unidos em julho de 2020, com ajuda do deputado federal Eduardo Bolsonaro, Moraes ordenou que o Ministério da Justiça começasse o processo de extradição junto ao governo americano. O nome de Allan dos Santos também foi incluído na lista da Difusão Vermelha da Interpol.
As redes sociais do site Terça Livre foram todas bloqueadas por conta dos crimes que cometeu e das mentiras que disseminou. Atualmente, Allan dos Santos utiliza seu canal no Telegram para continuar o trabalho sujo. Ele ainda não se entregou e nem foi encontrado.