A jornalista e apresentadora de televisão, Míriam Leitão, publicou neste mês de outubro o seu mais recente livro, “A democracia na armadilha: Crônicas do desgoverno” (Intrínseca), uma seleção de textos escritos entre 2016 e 2021.
“Bolsonaro sabota a saúde do povo brasileiro, estimula comportamentos temerários e perturba a ordem pública. Ele é o pior governante que poderíamos ter numa crise desta dimensão”, escreveu a jornalista Míriam Leitão em 9 de junho de 2020 em sua coluna no jornal O Globo, com o título, “O Crime da Desinformação”, texto que está presente no livro, que soma outras 152 colunas ao longo de quase 500 páginas.
“Eu tive que fazer escolhas, cortar mesmo na carne para selecionar os textos. O foco principal são as ameaças à democracia, com um panorama do governo em geral”, afirma Miriam Leitão.
Até agora, o Brasil já ultrapassou 607 mil óbitos por Covid-19, e Bolsonaro não demonstrou nenhum remorso por seus desatinos na pandemia, muito menos pelas vítimas, pelo contrário, continua espalhando “fake news” nas redes sociais, como da última em que associou, em live na semana passada, a vacina contra o coronavírus à transmissão do HIV, o vírus da Aids, provocando reações enfáticas em diversos setores da sociedade.
“Quando vem a pandemia, ele se mostra a pior pessoa que podia estar naquele cargo, sem nenhum sentimento. Os ataques à democracia vinham junto dos ataques a quem estava sofrendo com a Covid-19”, escreveu Leitão.
Os textos do novo livro de Míriam Leitão não se limitam à política partidária. Eles também passam por temas como a corrosão da economia sob Paulo Guedes, entre outros temas como o descaso do governo federal com os povos indígenas.
“Decidimos fazer o livro antes do fim do governo Bolsonaro porque o objetivo dele já está dado [o rompimento com a democracia], não temos dúvidas. O livro não vai promover uma mudança, mas pode servir como um alerta”, destacou Miriam Leitão.