No último domingo (8), mais de dez cidades brasileiras tiveram atos em apoio à Mariana Ferrer, com a cobrança por justiça para a jovem. Em todas as regiões do país foram registrados protestos de rua.
O caso da influenciadora digital catarinense Mariana Ferrer, que denuncia o empresário André de Camargo Aranha de estupro, gerou revolta e mobilizou diversos setores da sociedade nas últimas semanas, principalmente após a divulgação de uma sessão do julgamento do caso, onde a vítima foi submetida ao que o Conselho Nacional de Justiça chamou de “tortura psicológica”.
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O ato em São Paulo se concentrou no vão-livre do Masp e depois seguiu pela rua da Consolação, na região central da cidade. No sábado (7), outras cidades paulistas, como Campinas e Vinhedo, também já tinham registrado protestos.
“Nosso ato foi potente! Mostramos que juntas somos voz ativa para que justiça seja feita por Mari Ferrer”, afirmou Carina Vitral, líder do movimento feminino. Segundo a organização, cinco mil pessoas participaram do ato na Avenida Paulista.
Em Porto Alegre (RS), centenas de manifestantes participaram do ato no Parque Farroupilha. A manifestação na capital integrou a série de outros atos em apoio à Mariana Ferrer. “As mulheres que estão aqui hoje são as mesmas que construíram uma união, são as mulheres que fizeram a maior mobilização no 8 de Março e são as mulheres que vão derrotar o Bolsonaro. Essa é a nossa força nesse ato por justiça por Mari Ferrer e por todas as mulheres. E se precisar vamos para as ruas todos os dias para dizer que não vamos aceitar essa covardia”, afirmou Vitória Cabreira, dirigente da Juventude Pátria livre em Porto Alegre.
No Rio de Janeiro, o protesto se concentrou na Cinelândia. Também foram registrados atos em Fortaleza (CE), Salvador (BA), Resende (RJ), Maceió (AL), Goiânia (GO) e Brasília (DF).
Os atos foram organizados nas redes sociais. Uma das páginas, intitulada “Na rua por Mariana Ferrer” e que reuniu mais de 30 mil seguidores, informava que as ações estavam marcadas em mais de 50 cidades.
As manifestações, feitas em sua maioria por mulheres, pediam não só Justiça para a jovem, mas também ações de enfrentamento à violência contra a mulher.
Em Santa Catarina, estado da influenciadora, ocorreram atos na capital Florianópolis, além de Joinville, Balneário Camboriú, Criciúma e Itajaí.
Em Florianópolis, a concentração foi em frente à Catedral Metropolitana, onde os manifestantes também denunciaram o aumento do número de estupros registrados em todo o país. Com faixas e equipamentos de som, as mulheres e os homens protestaram no local, respeitando a obrigatoriedade de uso de máscaras.
Em Joinville, a concentração aconteceu por volta das 14 horas em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade. O protesto seguiu em caminhada até a Prefeitura. Segundo a organização, tinham cerca de 300 participantes.