As centrais sindicais Força Sindical, CTB, CUT, CGTB, UGT, Nova Central, Conlutas, Intersindical e CSB lançaram esta semana em diversas cidades do país um abaixo-assinado, que pede aos parlamentares que votem contra a PEC 06/2019 da reforma da Previdência de Bolsonaro.
Na capital paulista, o lançamento do abaixo-assinado ocorreu na manhã de hoje (4), na Praça Ramos de Azevedo, no centro da cidade.
Os dirigentes das centrais – Adilson Araújo, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); Miguel Torres, da Força Sindical; Sérgio Nobre, da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Ubiraci Dantas, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB); Luiz Gonçalves, da Nova Central (NCST), e Paulo Barela, da CSP-Conlutas – informaram aos trabalhadores, servidores públicos, aposentados, entre outras categorias presentes no ato, que o abaixo-assinado percorrerá fábricas, estações de trem e metrô, terminais de ônibus, bairros, praças e qualquer outro lugar deste país onde existam pessoas que trabalham e sonham com uma aposentadoria digna.
No texto do abaixo-assinado, as centrais enumeram as principais críticas dos trabalhadores à reforma.
“Esta Proposta de Emenda à Constituição dificulta o acesso à aposentadoria, aumenta o tempo de contribuição e de trabalho, diminui o valor dos benefícios e ameaça a existência da Seguridade Social (aposentadoria, benefícios da assistência social como o BPC e as políticas de saúde). Mas não combate a sonegação das empresas devedoras da previdência, mantém privilégios e incentiva a previdência privada (os planos de capitalização), que só beneficia os banqueiros. Por isso pedimos: Vote NÃO À PEC 06/2019! Defenda a aposentadoria e a seguridade social do povo brasileiro”, diz o documento.
“Temos de realizar uma grande campanha de conscientização do povo”, disse o presidente da CTB, Adilson Araújo, ao destacar que a luta contra a reforma de Bolsonaro se dará em diferentes instâncias políticas e sociais. Araújo informou ainda que na próxima terça-feira (9) será feita uma manifestação no aeroporto de Brasília com o objetivo de chamar a atenção dos parlamentares para os prejuízos que a proposta trará para os trabalhadores.
Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, a iniciativa das centrais sindicais é mais um instrumento que a população tem para demonstrar aos deputados e senadores a sua indignação à reforma de Bolsonaro “que mantém privilégios, retira direitos e impede que os trabalhadores e as trabalhadoras se aposentem”.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas, destacou que as centrais pretendem realizar um grande 1º de maio conjunto contra a reforma da Previdência. Ele ressaltou que “serão mais de 1 milhão de assinaturas que serão entregues na Câmara dos Deputados no mês de maio, antes da votação no plenário. Estamos conseguindo furar esse barco do Bolsonaro e vamos afundá-lo com essa PEC 06 da fome, da miséria e do desespero. O dia 22 de março já mostrou em todo o Brasil a disposição dos trabalhadores em derrubar essa PEC”.
Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (Cut), disse que o abaixo-assinado é mais uma das diversas ações que o movimento sindical pretende fazer para convencer e alertar os parlamentares. “Bolsonaro quer retirar direitos, diminuir o valor da aposentadoria, aumentar o tempo de contribuição e ainda impõe a obrigatoriedade de idade mínima para se aposentar [65 anos homens e 62 mulheres]”, diz Nobre.
No dia anterior, 2 de abril, representantes das centrais se reuniram com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da Previdência e da medida provisória sobre a consignação automática das contribuições sindicais (MP 873/2019). Na ocasião, os sindicalistas reafirmaram que a medida visa “destruir” as entidades que representam os trabalhadores.
A MP proíbe cobrança de contribuições sindicais em folha de pagamento, permitindo apenas o uso de boleto, após autorização individual de cada trabalhador. Dezenas de entidades já conseguiram liminares judiciais para permitir o desconto em folha. Rodrigo Maia se comprometeu a trabalhar pela mudança na redação da MP.
ANTÔNIO ROSA
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