O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (PSL-GO), afirmou que o governo Bolsonaro “não tem base no Congresso” e criticou a atuação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“O PSL tem feito sua parte, mas não tem culpa se o Onyx não criou a base (do governo no parlamento), venho falando há tempos que o governo não tem base no Congresso”, disse na manhã da segunda-feira (22), em entrevista à Rádio Eldorado.
Ele jogou mais lenha na fogueira ao não economizar críticas a Olavo de Carvalho, apontado como “guru ideológico” da família Bolsonaro. O astrólogo tem atacado publicamente a ala militar do governo e os parlamentares do PSL.
“O mais absurdo é um ‘guru’ que vive nos EUA atacar o governo e os militares. O presidente Bolsonaro não pode ficar à mercê dessas pessoas”, argumentou o Delegado Waldir.
“Bolsonaro tem que dar um basta nesse astrólogo que comanda dois ministérios, pois as pessoas querem Educação, Saúde e Segurança”, disse. Ele emendou: “Basta de discutir ideologia. Todo mundo espera isso do Brasil. Temos de dar um passo à frente, gerar emprego. Sou Bolsonaro de carteirinha, mas é preciso o governo parar de discutir o ‘sexo dos anjos’ com um futurólogo que mora nos EUA, é um trem muito absurdo isso”, explicou.
Para o líder do PSL, um dos maiores problemas do governo em relação à reforma da Previdência é a aposentadoria dos militares. “Não sou contra a reforma dos militares, mas precisamos tratar as carreiras de forma igualitária”, afirmou. Ele voltou a fazer uma alusão “ao abacaxi” que a proposta representa, advertindo que a “faca para descascar esse abacaxi” ainda não chegou ao Congresso.
O Delegado Waldir defendeu ainda uma maior participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na definição de mudanças no texto da reforma para tentar obter os votos necessários para sua aprovação. “A reforma é a que o Rodrigo Maia quer e não a que o governo quer”, disse o deputado, alegando que o parlamentar teria muito mais poder de articulação para conseguir esses votos.
A falta de apoio no Congresso Nacional também foi tema de comentários do líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Ele fez uma análise da situação e confessou por meio de uma rede social, no fim de semana, que a “base de apoio simplesmente não existe. É a realidade”.
