O líder da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, manifestou neste sábado o “respaldo absoluto” à candidatura de Andrés Arauz, da União pela Esperança (UNES), à presidência. As eleições serão realizadas no próximo domingo e colocam de um lado o jovem economista, ex-ministro de Rafael Correa, e do outro o banqueiro Guillermo Lasso.
Durante a reunião celebrada na comunidade Kofán Dureno, na província amazônica de Sucumbíos, o presidente da Conaie afirmou a necessidade de o governo começar a atender as demandas dos povos indígenas, que não podem continuar sendo atropelados pelos caprichos de alguns poucos. Vargas sublinhou que esta é uma decisão coletiva e que os indígenas querem ver cumprido este compromisso com a educação intercultural e com a liberdade dos mil perseguidos políticos. “São propostas que nascem desde os sentimentos profundos dos nossos povos, de homens, mulheres e crianças”, ressaltou.
O apoio do movimento indígena é considerado fundamental, não apenas do ponto de vista eleitoral, como político, pelo seu histórico de lutas. Os indígenas lideraram em outubro de 2019 uma revolta que deixou 11 mortos e mais de 1300 feridos e também participaram das revoltas populares que derrotaram três presidentes entre 1997 e 2005.
Arauz agradeceu o apoio das nacionalidades indígenas e publicou no Twitter: “Estamos construindo a unidade nacional, colocando o Equador à frente”. A mensagem foi ilustrada com uma fotografia em que levanta as mãos junto a Vargas.
Após a derrota do seu candidato, Yaku Pérez, no primeiro turno, em 7 de fevereiro, a Conaie inicialmente havia defendido o voto nulo. Cerca de 13 milhões de equatorianos vão às urnas para eleger o sucessor do neoliberal Moreno, cujo período de mandato de quatro anos será concluído no próximo 24 de maio.
