Oito líderes de partidos na Câmara dos Deputados encaminharam na quinta-feira (15) uma representação ao Ministério Público Federal, pedindo uma investigação sobre a troca do superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva.
A demissão aconteceu após o chefe do órgão no Estado denunciar o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por beneficiar madeireiros ilegais.
A decisão do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, recentemente nomeado por Bolsonaro, foi tomada na quarta-feira (14). Segundo informação da coluna Painel do jornal “Folha de S.Paulo”, o delegado Leandro Almada vai ocupar o lugar de Saraiva.
Na representação, Paulo Maiurino e o novo ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem a Polícia Federal está subordinada, são acusados de improbidade administrativa, advocacia administrativa e prevaricação.
A operação ocorreu em dezembro passado, quando 43,7 mil toras foram localizadas em vários pontos desmatados no Pará ao longo dos rios Mamuru e Arapiuns. A área é do tamanho de Brasília. O fio para o início das investigações foi a apreensão, em meados de novembro de 2020, de uma balsa em Parintins, município amazonense que faz fronteira com o Pará.
Ricardo Salles alegou que há falhas na investigação e defendeu as empresas. Saraiva afirmou que tudo que foi apreendido desde dezembro do ano passado, mais de 200 mil metros cúbicos de madeira, é produto de ação criminosa. “Na Polícia Federal não vai passar boiada”, disse o delegado, usando termo utilizado por Salles em reunião ministerial.
A representação é assinada pelo líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE); pelo líder da Minoria, Marcelo Freixo (PSol-RJ); pelo líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ); pelo líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS); do PSB, Danilo Cabral (PE); do PDT, Wolney Queiroz (PE); do PSol, Talíria Petrone (RJ); e da Rede, Joenia Wapichana (RR).
Os parlamentares querem que, caso sejam verificadas irregularidades, a nomeação do novo superintendente da PF no Amazonas seja anulada. Segundo Renildo Calheiros, por ser um órgão subordinado administrativamente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Polícia Federal “não pode ser utilizada como instrumento de perseguição política”.
O ministro do Meio Ambiente também é alvo de uma notícia-crime apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo diretório nacional do PDT. De acordo com o partido, Salles tem empreendido esforços com o objetivo de atrapalhar medidas de fiscalização ambiental.
A notícia-crime se refere especificamente à Operação Handroanthus, que resultou na apreensão pela PF de madeira extraída ilegalmente por organizações criminosas na fronteira entre os estados do Pará e Amazonas.
“O Ministério do Meio Ambiente está sendo utilizado para satisfazer os interesses pessoais e empresariais. Para tanto, o senhor Ricardo Salles vale-se do cargo que ocupa para obstaculizar as investigações e proteger o empresariado que angaria lucro com a destruição do meio ambiente”, diz o documento.
Se o pedido da legenda for aceito, os autos serão remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apuração.
Alexandre Saraiva, Delegado da Polícia Federal, o senhor fez o certo e como não é pau mandado foi transferido, por esse desgoverno que está derretendo como sera em chapa quente. A verdade acima de tudo e a Constituição acima de todos.