Ao abrir a live “O país que fazemos juntas – Mais mulheres na política fortalece o Brasil”, organizada pela Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, Keila Pereira, secretária de organização da JPL e membro da comissão política do PCdoB-SP, disse que esse debate “acontece num momento muito importante, em especial nesse momento crítico que estamos vivendo na pandemia, que atinge muito mais a vida das mulheres em nosso país, debaixo de um governo completamente antidemocrático, negacionista”.
Keila foi a mediadora da live, que teve como convidadas Vanessa Grazziotin, secretaria nacional da mulher do PCdoB, membro do Comitê Central, ex-senadora e ex-deputada federal; e Rosmary Corrêa, conhecida como Delegada Rose, atual presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina (SP), que foi deputada estadual por 4 mandatos, e a primeira delegada da mulher no Brasil, quando foi fundada a primeira Delegacia da Mulher, em 1985.
Para a Delegada Rose, a luta das mulheres para alcançar os cargos legislativos ainda é muito grande. “Apesar de estarmos evoluindo, aumentando o número de mulheres dentro das casas legislativas, aumentando o número de mulheres que querem concorrer a um cargo legislativo, ainda assim estamos muito longe de termos o número ideal, aquela paridade, a equidade entre homens e mulheres dentro das casas parlamentares”.
“Precisamos lutar, batalhar muito, e não é só entrar, mais saber que vamos enfrentar muitos problemas, como violência de gênero, piadas constrangedoras, assédios, tentativas de rebaixamento de nossas posições, enfim, é a luta para entrar e a luta para permanecer”, afirmou Rosmary.
Tanto para Rosmary Corrêa quanto para Vanessa Grazziotin, a conquista das cotas e a obrigatoriedade de um determinado número de mulheres concorrendo a cargos legislativos nos partidos foram vitórias do movimento feminino, mas as duas concordam que é preciso avançar ainda mais e defendem a cota por cadeiras.
“Apesar das fraudes praticadas por alguns partidos, essas conquistas foram frutos de muita luta das mulheres, do movimento feminino, e temos que avançar para as cotas de cadeiras a serem ocupadas por mulheres no parlamento”, defendeu Vanessa.
Durante o debate, as participantes também defenderam que a luta das mulheres contra o preconceito de gênero, por melhores condições de vida, a luta por igualdade e mais acesso aos cargos legislativos, só avançará com o apoio dos “homens de bem, que desejam uma sociedade mais justa e igualitária”.
Especialmente nesse momento, defendem mais ainda, uma ampla frente “para pôr fim ao governo que está aí, um governo retrógado, entreguista, um governo que tem trazido muito sofrimento à nossa pátria, e às mulheres principalmente”, disse Vanessa.
“Esse é um momento, não só agora, mas principalmente agora, em que as mulheres estão enfrentando uma situação muito crítica, com desemprego alto, duplas ou triplas jornadas de trabalho, com aumento do trabalho informal, que prejudica muito as mulheres, que nos coloca em uma situação de vulnerabilidade maior, questões que estão sendo aprofundadas pela pandemia e por esse governo”, afirmou Keila.
Para Vanessa, as mulheres, as entidades feministas “têm que ter claro que é muito importante a luta nas questões mais vinculadas a opressão de gênero, mas também na inserção na luta mais geral de toda a sociedade”.
“É essa luta mais geral que vai nos libertar dessas amarras, da gente trabalhar mais e ganhar menos, da gente sofrer violência, da gente não ocupar espaços de poder. A nossa presença nessas lutas é imprescindível”.
Confira a íntegra da live abaixo: