Milhares de londrinos marcharam, no domingo, pelo segundo dia consecutivo para exigir o fim do racismo e homenagear George Floyd morto por asfixia pela polícia de Minneapolis.
“Temos tido lutas continuadas e pouca coisa mudou. Precisamos de justiça”, disse Anis, uma das manifestantes que informou ao jornal The Independent de suas “más experiências com a polícia”.
O jovem Ben, de 26 anos, outro manifestante mostrava sua esperança com um cartaz dizendo: “A mudança está a caminho”.
Ele declarou: “Fomos tratados de forma errada por tanto tempo. É impressionante ver todo mundo se unindo e se levantando finalmente”.
A marcha deste domingo terminou em uma concentração diante da embaixada dos Estados Unidos. Se faziam presentes cartazes como o tradicional “Black Lives Matter” (Vidas de Negros Importam) e “Quantos não foram filmados” – este em uma referência ao fato de que o assassinato de George Floyd por asfixia foi inteiramente filmado e logo amplamente divulgado.
Depois da concentração diante da embaixada norte-americana, os manifestantes seguiram em direção à frente do Parlamento inglês.
A grande maioria dos manifestantes usava máscara e muitos justificavam sua presença no ato com cartazes afirmando: “Silêncio é traição”.
ESTÁTUA DE TRAFICANTE DE ESCRAVOS É RETIRADA DO PEDESTAL
Na cidade de Bristol, onde aconteceu mais dos muitos atos realizados por toda a Inglaterra, 5.000 pessoas fizeram 8 minutos e 46 segundos de silêncio, o tempo em que o policial Derek Chauvin permaneceu sobre o pescoço de Floyd.
Em Bristol, participantes do protesto derrubaram a estátua de Edward Colston (1636-1721), que enriqueceu com o tráfico de negros africanos para realizar trabalho escravo nas Américas.
Depois de tirarem do pedestal essa vergonhosa ‘homenagem’, a jogaram no rio Avon, que corta a cidade.
Colston fez esse comércio no final do século 17. A companhia Royal African Company, da qual Colston era sócio, traficou e transportou 84 mil homens, mulheres e crianças para vender como escravos, dos quais 19 mil morreram no trajeto para o Caribe e para as Américas.
A estátua de bronze havia sido construída em 1895, e esse tributo à escravidão sofria críticas há muito tempo, tendo sido organizada uma petição, com mais de 11 mil assinaturas pedindo que ela fosse retirada.