Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e parlamentares também se solidarizaram e repudiaram a conivência do governo com o banditismo na região. O presidente do TSE, Luiz Edson Fachin, também condenou o crime bárbaro.
Os presidenciáveis Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), além de diversos parlamentares, lamentaram o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips e estão exigindo a completa investigação do caso e o fim da impunidade dos criminosos na Amazônia.
Lula, em nota assinada junto com o ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, apontou que “o mundo sabe que este crime está diretamente relacionado ao desmonte das políticas públicas de proteção aos povos indígenas. Está diretamente relacionado também ao incentivo à violência por parte do atual governo do país”.
Os dois exigem “uma rigorosa investigação do crime” e que “seus atores e mandantes sejam julgados”.
“A democracia e o Brasil não toleram nem podem mais conviver com a violência, o ódio e o desprezo pelos valores da civilização. Bruno e Dom viverão em nossa memória e na esperança de um mundo melhor”, completaram Lula e Alckmin.
Para o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, “a forma brutal como os assassinos acabaram com as vidas de Bruno e Dom Phillips mostra que a omissão dos governos criou mais que um estado paralelo, fez nascer um versão cabocla do Estado Islâmico, dentro do nosso território”.
Simone Tebet, que é a pré-candidata da aliança entre MDB, Cidadania e PSDB, exigiu uma “severa investigação desse crime bárbaro”.
“É preciso dar um basta à impunidade. Meus sentimentos às famílias do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira neste momento inconsolável”.
“Que a coragem desses dois defensores dos direitos humanos e do meio ambiente nos inspire a lutar. O Brasil precisa voltar a ter paz e clama por justiça para Dom e Bruno”, sentenciou.
O pescador Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como “Pelado”, confessou que matou e enterrou os corpos de Dom e Bruno. Ele levou as autoridades até o local onde enterrou os dois, que, segundo a Polícia Federal, ficava 3,1 km mata adentro.
A Polícia ainda não deu nenhuma informação sobre os mandantes do crime, tendo apenas divulgado a versão de Amarildo, que teria assassinado, junto com seu irmão, Bruno e Dom porque foram flagrados fazendo pesca ilegal.
RODRIGO PACHECO (PSD-MG), PRESIDENTE DO SENADO
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), também lamentou o assassinato do indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips no Vale do Javari e cobrou a punição dos envolvidos no “rigor da lei”.
“É com enorme pesar que recebo a notícia de que foram encontrados os restos mortais do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips”, escreveu Pacheco no Twitter. “Em respeito às vítimas, à Amazônia e à liberdade de imprensa, espero que todos os criminosos envolvidos sejam punidos com o rigor da Lei.”
RANDOLFE RODRIGUES (REDE-AP)
O senador Randolfe afirmou que “Dom e Bruno foram mortos por várias mãos, inclusive a de Jair Bolsonaro, que destruiu os órgãos de fiscalização e fomenta o banditismo na Amazônia! Essa é a forma que Bolsonaro quer acabar com o ativismo no país. Covarde, bandido!”.
“O atual presidente da República foi eleito sob o argumento de não entregar a Amazônia. O que estamos assistindo, ao final de quatro anos de mandato, é que a Amazônia foi entregue a todo tipo de banditismo político ou organizado. Foram desmantelados os mecanismos que existiam de defesa da Amazônia”, comentou.
MARCELO FREIXO (PSB-RJ)
O deputado federal e pré-candidato a governador do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, prestou “solidariedade à família e aos amigos de Dom e Bruno”.
“A indignação é compartilhada por todos nós brasileiros que não aceitamos que nosso país esteja nas mãos de bandidos. Esse crime covarde tem que ser esclarecido e os mandantes identificados e punidos”, considerou.
ORLANDO SILVA (PCdoB-SP)
O deputado federal disse que o assassinato é “retrato de um Brasil que estimula a criminalidade. É preciso que a comunidade internacional veja o que acontece sob esse governo nefasto. Não podemos mais tolerar a barbárie. Justiça por Dom e Bruno!”.
ISA PENNA (PCdoB-SP)
Segundo a deputada estadual Isa Penna, o crime contra o indigenista e o jornalista é “reflexo de anos da nefasta era bolsonarista que agora atinge seu ápice graças à repercussão internacional do caso que chocou o Brasil destes bravos defensores da nossa floresta!”.
“Não é à toa que o tom da resposta do governo às mortes, que têm cores e crime político, tenha sido o desprezo, informações desencontradas e lentidão nas ações. É mais um projeto genocida que envolve o desmonte de organismos de fiscalização e de estímulo da violência”, enfatizou.
LECI BRANDÃO (PCdoB-SP)
A deputada Leci Brandão (PCdoB-SP) publicou em suas redes sociais que “a democracia brasileira está na UTI”.
“Os assassinatos de Bruno e Dom expõem uma série de crimes que vêm acontecendo na Amazônia há anos e o Estado brasileiro tem obrigação de investigar todos os envolvidos nessa barbárie! Nossos sentimentos às famílias e amigos”.
“Quem mandou matar?”, questionou.
OAB
A OAB disse que vai atuar “para cobrar das autoridades a responsabilização dos autores desse crime brutal”.
“O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recebeu com consternação o noticiário que informa a morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia”.
“A Ordem dos Advogados do Brasil se solidariza com as famílias e acompanhará, através da sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, os desdobramentos do caso, atuando para cobrar das autoridades a responsabilização dos autores desse crime brutal”.
A nota é assinada pelo presidente Beto Simonetti.
ROBERTO FREIRE, PRESIDENTE DO CIDADANIA
O presidente do Cidadania, ex-ministro Roberto Freire, afirmou que os profissionais “pereceram na luta contra o crime”. “Aos familiares de Bruno e Dom, a solidariedade do Cidadania nesse momento doloroso. E nossa disposição para ajudar a buscar Justiça e reparação. Dois profissionais que pereceram na luta contra o crime. São heróis. E a história irá lembrá-los. Que a lei se encarregue dos outros”.
PSDB
No twitter, o PSDB Oficial pediu a punição exemplar dos responsáveis pelo crime. “Nossos sentimentos aos familiares do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos em missão na Amazônia. Esperamos que os responsáveis sejam devidamente punidos”.
MDB
“Lamentamos as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. O caso merece toda a atenção das autoridades brasileiras, a fim de que não se repita jamais”, escreveu a sigla nas redes sociais.
MARINA SILVA (REDE-AP)
A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (Rede-AP) se solidarizou com os familiares de Dom Phillip e Bruno Pereira. “Minha solidariedade aos familiares, amigos e povos indígenas pela morte de Bruno Pereira e Dom Phillips. Que Deus os ampare e console. Agora é exigirmos que sejam investigados, processados e punidos os mandantes e toda a rede de criminalidade que se apossou do Vale do Javari”.
HUMBERTO COSTA (PT-PE)
O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, disse que “o mundo inteiro está chocado com a passividade do governo Bolsonaro para solucionar o brutal assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira”. “ONU cobra uma investigação célere e imparcial”.
TSE
O Tribunal Superior Eleitoral, em nota, lamentou nesta quinta-feira (16) as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. O presidente do tribunal, ministro Edson Fachin, afirmou que “é imperativo constitucional que a sociedade e o Estado respeitem os povos tradicionais”.
Leia a nota completa divulgada pelo TSE:
“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lamenta, com profundo pesar e consternação, o falecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Ambos estavam desaparecidos na região do Vale do Javari (AM), desde o domingo (5).
https://6e706676bee6821d99ac41cd44245e78.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html Acima de tudo, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, juntamente com os ministros e ministras que integram a Corte Eleitoral, se solidariza com os familiares de Bruno e Dom, e envia os mais sinceros sentimentos pelo trágico desfecho. O ministro Fachin reforça ainda que é imperativo constitucional que a sociedade e o Estado respeitem os povos tradicionais.
O indigenista Bruno Pereira foi importante parceiro da Justiça Eleitoral. Nas Eleições Gerais de 2014, por exemplo, ajudou na instalação de cinco seções eleitorais no Vale do Javari, quando a Justiça Eleitoral realizou, pela primeira vez, eleições na Terra Indígena, que fica localizada no extremo oeste do estado do Amazonas, na fronteira com o Peru.
Esse auxílio foi fundamental para que indígenas da região possam exercer a cidadania por completo, elegendo seus representantes. Na época, viviam cerca de 5,5 mil indígenas das etnias Marubo, Matís, Mayuruna, Kanamary e Kulina.
Entre os dias 21 e 23 de setembro de 2021, a Justiça Eleitoral instalou uma nova seção eleitoral na aldeia Maronal, comunidade no Vale do Javari. A luta pelo direito ao voto era uma reivindicação antiga da aldeia de etnia Marubo.
A região reúne: Seção 25, na Aldeia São Luiz (que atende à etnia Kanamary); Seções 26 e 34 na Aldeia Lobo (Mayuruna); Seções 28 e 33 na Aldeia São Sebastião (Marubo); Seção 30 na Aldeia Paraiso (Matís) e Seção 27 na Aldeia Vida Nova (Mayurunas). Graças às ações da Justiça Eleitoral, 1.253 indígenas do Vale Javari estão aptos a votar nas aldeias da região, numa populaão de 8.085 eleitores da 42’ Zona Eleitoral de Atalaia do Norte.
https://6e706676bee6821d99ac41cd44245e78.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html Dom Phillips, jornalista britânico, veterano na cobertura internacional, era conhecido por seu amor pela região amazônica, trabalhando ativamente para relatar a crise ambiental brasileira e os problemas das comunidades indígenas. O presidente do TSE destaca que uma imprensa livre, segura e plural é condição essencial para uma sociedade democrática.
Com a morte trágica de Bruno e Dom, perdem os familiares e também perde a democracia, a imprensa, perdem todos. Um país só se faz dignamente com respeito, paz e justiça.”
Leia a nota da OAB
Nota do Conselho Federal da OAB sobre o caso Bruno Pereira e Dom Phillips
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recebeu com consternação o noticiário que informa a morte do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia.
A morte de dois profissionais reconhecidos internacionalmente pela importância dos respectivos trabalhos desenvolvidos na Amazônia é mais uma triste página do histórico de conflitos que assola a região.
O CFOAB e sua Comissão Nacional de Direitos Humanos acompanharão os desdobramentos do caso e atuarão para cobrar das autoridades a responsabilização dos autores desse crime brutal.
Neste momento de profunda dor, a OAB se solidariza com as famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, e todos os jornalistas e ambientalistas que enfrentam inaceitáveis riscos e ameaças no cumprimento de suas missões.
Beto Simonetti, presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Quem, mandou, matar o Presidente Bolsonaro?
Pelo menos ele criou todas as condições para que o crime acontecesse. A ausência do Estado na Amazônia é um problema do governo. Ou não é?