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Ao lado do Zé Gotinha, Lula defendeu que pais levem as crianças para vacinar na primeira oportunidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta segunda-feira (27), participou do lançamento da campanha nacional de vacinação que tem o objetivo de reverter a queda dos índices de imunização registrados nos últimos anos. Lula foi vacinado com a quinta dose contra a Covid-19 e recebeu o chamado imunizante bivalente, que gera anticorpos contra as variantes do coronavírus.
A vacina foi aplicada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, que é médico.
“Daqui para frente, a hora que vocês lerem um aviso, virem na televisão um aviso, uma propaganda no rádio ou na internet que está dando vacina no bairro de vocês, na vila de vocês, na cidade de vocês, pelo amor de Deus, não sejam irresponsáveis”, disse o presidente Lula ao lançar a campanha de vacinação.
“Se tiver vacina, vá lá tomar a vacina, porque a vacina é a única garantia que você tem de não morrer por falta de responsabilidade. A vacina é uma garantia de vida”, destacou o presidente.
A campanha terá ações para ampliar o percentual de brasileiros imunizados em todas as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Com a mensagem “Vacina é vida. Vacina é para todos”, a mobilização inclui vacinação contra a Covid-19 e outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação em várias etapas.
O presidente pediu, ainda, que os pais que não deixem de levar as crianças para serem vacinadas.
“Não posso compreender uma mãe que se recusa a levar um filho para tomar vacina contra uma possível paralisia infantil. Ou seja, na hora de não dar a vacina pode parecer bonito. Mas a hora em que a criança pega a paralisia, aí a gente vai sofrer para o resto da vida uma coisa que a gente poderia ter evitado”, prosseguiu Lula.
Também participaram do evento a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a primeira-dama, Janja da Silva. Estava presente, ainda, a governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão. O lançamento da campanha foi realizado no Posto de Saúde do Guará 1, no DF.
Em seu perfil no Twitter, o presidente Lula (PT) comparou os dados de vacinação de 2015 com os de 2021 e disse que trabalhará para fazer o país voltar a ter números satisfatórios de imunização.
“Em 2015, o Brasil atingiu uma média de 95% de pessoas completamente imunizadas dentro do público-alvo de cada vacina do Programa de Imunizações, média que chegou a preocupantes 60,8% em 2021. Hoje, lançarei ao lado da ministra @nisia_trindade o Movimento Nacional pela Vacinação”, declarou o presidente.
“Vamos trabalhar para que o Brasil volte a ter números satisfatórios de imunização e investir em saúde e proteção. Depois de um triste período de negacionismo e descrença na nossa ciência, o governo federal e o @minsaude voltarão a cuidar do povo brasileiro. Bom dia”, completou Lula.
VACINA É VIDA, VACINA É PARA TODOS
A vacina bivalente melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e contra a variante Ômicron, além de ter perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes. Os imunizantes foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2022. Os primeiros lotes de vacinas bivalentes chegaram ao país em dezembro.
As ações do Programa Nacional de Vacinação 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde, devem começar a partir de 27 de fevereiro. Também constam no cronograma a intensificação da campanha de Influenza, em abril, e multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas.
“A vacina monovalente, como o próprio nome diz, tem um tipo só do vírus que causa a covid. Ela foi originalmente desenhada com aquele chamado vírus ancestral, o primeiro que apareceu na China no fim de 2019. Então, todas as vacinas que a gente tinha e usou até agora eram monovalentes, independentemente do laboratório fabricante”, explicou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.
São dois tipos de vacinas diferentes:
Bivalente BA.1 – protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA1;
Bivalente BA.4/BA.5 – protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA.4/BA.5.
Segundo o Ministério da Saúde inicialmente, a vacina será aplicada somente nos chamados grupos de risco. Conforme divisão anunciada pelo ministério, a imunização será feita da seguinte forma: na fase 1, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas com idade entre 60 e 69 anos; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4, profissionais de saúde.
“Essas populações, do que a gente tem nesses três anos de pandemia, são as pessoas que mais sofreram e mais sofrem com a doença. É importante termos um planejamento porque não tem vacina suficiente para incluir toda a população com a bivalente. A tendência é que, com o passar do tempo, a gente vá aumentando os grupos que vão receber”.
No Brasil, duas vacinas bivalentes, ambas produzidas pelo laboratório Pfizer, receberam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial. Elas são indicadas como dose única de reforço para crianças e adultos, após dois meses da conclusão do esquema vacinal primário, ou como última dose de reforço.
“Para quem é recomendada a bivalente? Só como reforço. Para pessoas que foram plenamente vacinadas com o esquema primário que, em geral, são duas doses ou dose única. Mesmo para aquelas que já fizeram a terceira e a quarta doses, dois reforços”, disse Juarez. “Essas pessoas que têm essa vacinação já feita, desde que tenham se passado quatro meses da última dose, podem receber a bivalente”.
O Ministério reforça que as vacinas monovalentes contra a Covid-19 seguem disponíveis em unidades básicas de Saúde (UBS) para a população em geral e são classificadas como “altamente eficazes contra a doença”, garantindo grau elevado de imunidade e evitando casos leves, graves e óbitos pela doença.
“A aplicação da bivalente não significa que as vacinas monovalentes não continuam protegendo. Elas continuam protegendo, mesmo para a variante Ômicron, mas, claro, tendo a possibilidade de uma vacina desenhada mais especificamente para a variante circulante, a tendência é termos melhor resposta”, acrescentou Juarez.