O presidente francês Emmanuel Macron deixou de lado seu conhecido “bromance” com Donald Trump, para contestá-lo abertamente, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, mas sem citá-lo diretamente. “O que vai resolver realmente a situação no Irã? A lei do mais forte? A pressão de um? Não!”.
Para Macron, a questão do Irã só tem solução com “diálogo e multilateralismo”, rechaçando a convocação de Trump para “isolar o regime iraniano”. “O unilateralismo nos leva diretamente para o declínio e confrontos, à confrontação generalizada de todos contra todos, em detrimento de todos, até mesmo daquele que pensa ser o mais apto”.
Macron também respondeu à pressão de Trump contra os países produtores de petróleo, supostamente por causa do “aumento de preços”. “Deixe o Irã continuar com suas exportações de petróleo se quiser estimular uma queda nos preços”, apontou, durante entrevista coletiva. “Seria bom para o preço do petróleo que o Irã pudesse vendê-lo! É bom para a paz e é bom para o preço mundial do petróleo”.
Aliás, o petróleo ultrapassou a barreira dos 80 dólares o barril porque a Casa Branca decidiu proibir o Irã de vender seu petróleo a partir do dia 5 de novembro, e ameaça com sanções quem continuar comprando. Na Assembleia Geral da ONU, Macron também pediu que não se assinem acordos comerciais “com poderes que não cumprem com o Acordo de Paris”. Carapuça que serviu direitinho em uma única cabeça, a de Trump.
