O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu a declaração do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que atacou o Congresso Nacional dizendo que o governo não pode “aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”.
Maia criticou a fala de Augusto Heleno e disse que “é uma pena que o ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o parlamento”.
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“Geralmente na vida, quando a gente vai ficando mais velho a gente vai ganhando equilíbrio, experiência e paciência. O ministro pelo jeito está ficando mais velho e está falando como um jovem estudante no auge da sua idade, da sua juventude”, disse Maia.
A fala de Augusto Heleno aconteceu na terça-feira (18) ao vivo, via internet, pelo perfil de Jair Bolsonaro em uma rede social. A transmissão mostrava o evento de hasteamento da bandeira em frente ao Palácio da Alvorada. Heleno, em conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, disse que o governo não pode “aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo”.
Na quarta-feira (19) ele voltou ao assunto nas redes sociais e falou que na conversa com os ministros estava expondo sua visão sobre “insaciáveis reivindicações de alguns parlamentares por fatias do orçamento impositivo”.
O governo de Bolsonaro quer manter seu veto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que estabelece regras, aprovadas no Congresso, que dão a deputados e senadores maior participação sobre o Orçamento. O governo alega que vai perder dinheiro para o Congresso com as novas regras e quer manter os vetos. Os parlamentares chegaram a um acordo com o governo para votar a derrubada dos vetos, mas o governo não cumpriu sua parte no acordo e a votação foi adiada.
Ao chegar ao Congresso, Maia disse que a frase do ministro foi “infeliz”. E lembrou ainda a aprovação do projeto de lei que reformou a aposentadoria de militares das Forças Armadas. “Eu não ouvi da parte dele nenhum tipo de ataque ao parlamento quando a gente estava votando o aumento do salário dele como militar da reserva”, disse Maia.
“Talvez ele tivesse melhor em um gabinete de rede social, tuitando, agredindo como muitos fazem, como ele tem feito ao parlamento nos últimos meses”, concluiu o presidente da Câmara.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também criticou Heleno em nota. O senador disse que “nenhum ataque à democracia será tolerado pelo parlamento”.
“O momento, mais do que nunca, é de defesa da democracia, independência e harmonia dos poderes para trabalhar pelo país”, completou o presidente do Senado.
