Esta quinta-feira, 11 de agosto, foi marcada por diversas manifestações pelo país em defesa da democracia e das eleições. Em muitas capitais, ocorreu a leitura da Carta aos Brasileiros e Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito, acompanhada de manifestações em defesa do sistema eleitoral brasileiro. O dia 11 de agosto foi também marcado por protestos pelo Dia do Estudante.
Os atos foram convocados para protestar contra os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. Com inegável rejeição popular, Jair Bolsonaro vem há meses alegando fraudes nas urnas sem nunca ter apresentado uma prova sequer.
Foram realizadas manifestações em cidades como Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Salvador (BA), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Juiz de Fora (MG), São Carlos (SP), entre outras.
Assim como ocorreu a leitura da carta pela democracia na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, um ato em defesa do Estado Democrático de Direito e do processo eleitoral também também procedeu a leitura do mesmo documento na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
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A concentração do ato começou por volta das 11h nos famosos pilotis da instituição, espaço que historicamente abrigou manifestações estudantis contra a ditadura militar.
“Quarenta e cinco anos depois, a memória desses movimentos ressoa no ato que a Associação dos Docentes da PUC-Rio convoca, e reúne estudantes, funcionários e amplos setores da sociedade civil, representados pelas mais de vinte entidades e organizações que participarão do evento”, diz um dos comunicados de convocação para o ato.
A manifestação contou com palavras de ordem contra Bolsonaro e homenagens à vereadora Marielle Franco, morta a tiros em março de 2018.
Estiveram presentes no ato entidades como a Associação dos docentes da PUC-Rio, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial, Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz, Federação Única dos Petroleiros (FUP), Instituto de Advogados Brasileiros, Associação dos Antigos Alunos de Direito da UFRJ e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Da mesma forma, estudantes, juristas e lideranças sindicais foram às ruas em Porto Alegre em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Após concentração em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, grupos se reuniram na faculdade de direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Participaram do evento representantes da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP-RS), Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs), Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul (Apergs), secundaristas e organizações sindicais.
Ao final do ato, Roberta Baggio, professora de Direito Constitucional da UFRGS, que atuou como cerimonialista, afirmou que o ato foi histórico.
“Não há dúvida de que foi histórico. A Faculdade de Direito tomou o protagonismo na organização, a universidade pública abriu suas portas, e o povo veio defender o Estado Democrático de Direito. Isso é nosso dever como juristas. A democracia sai fortalecida desse ato, mas não termina aqui. A vigilância é permanente”, afirmou.
Os estudantes também tomaram as ruas de Porto Alegre pelo Dia do Estudante, em manifestação organizada pelas entidades estudantis.
Em Fortaleza, o evento teve início às 9h na Praça da Bandeira, em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), no centro. A leitura foi feita às 10h30 por Inocêncio Uchôa, juiz aposentado, membro da Associação de Juristas pela Democracia. Defensor da democracia brasileira, Uchôa também foi preso político durante a ditadura militar.
Diversas instituições participam do ato de leitura da carta, liderado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). A organização conta, ainda, com o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc) e entidades estudantis, como União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e a União Estudantil de Fortaleza (Unefort).
No Recife, professores, estudantes e integrantes de movimentos sociais fizeram a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros pela democracia”, na Faculdade de Direito do Recife (FDR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Centro da cidade.
Os participantes do ato levaram cartazes com os nomes de movimentos sociais e alguns deles levaram, também, bandeiras do Brasil. Um grupo saiu em caminhada da Universidade Católica de Pernambuco até a faculdade e, ao chegar, cantou o hino do Brasil junto com os outros participantes.
Em Salvador, um grupo de manifestantes fez um ato em defesa da democracia no centro da cidade. Da mesma forma, a carta pela democracia foi lida na Praça da Piedade pela ativista Diva Santana, que faz parte do grupo Tortura Nunca Mais e da extinta Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, pela ditadura militar.
Em Florianópolis, o ato ocorreu no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O ato na UFSC reuniu professores, políticos e entidades sociais, e estudantis.
Da mesma forma, manifestantes realizaram um ato no Centro de Teresina, com a leitura de uma carta em defesa do sistema eleitoral brasileiro e da democracia. Em alusão ao Dia do Estudante, o grupo também pediu por educação pública de qualidade.
Em Teresina, o grupo fez a leitura do Manifesto em Defesa da Democracia. Em seguida, os manifestantes seguiram em caminhada com faixas e carros de som pelas ruas do Centro da capital.
Entre os manifestantes em Teresina, havia integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (UFPI), do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), entidades estudantis, como os Diretórios Centrais dos Estudantes da UFPI e da UESPI (DCE), coletivos de mulheres e movimentos sociais.