Em faixas, cartazes e palavras de ordem, norte-americanos condenaram apoio de Biden às atrocidades israelenses
Dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Nova Iorque, Dallas e Chicago quando os bombardeios de Israel entraram em sua quarta semana – para exigir dos Estados Unidos o “fim do genocídio na Palestina”. Em faixas, cartazes e nas palavras de ordem, os norte-americanos condenaram o apoio do governo de Joe Biden, principal sustentáculo dos sionistas, aos bombardeios que “vêm matando uma criança a cada 15 minutos em Gaza”.
Em Nova Yorque, onde centenas de pacifistas foram presos na sexta-feira (29), ativistas judeus contrários à agressão se somaram ao protesto, levantando cartazes com os dizeres “Não em nosso nome!”, integrantes da comunidade árabe local também ocuparam as ruas de Manhattan.
Abdullah Akl, de 21 anos, declarou que a convergência das mais diferentes comunidades tinha o propósito de garantir “a libertação de todos e de cada um dos palestinos”. “Estamos nos mobilizando por toda a cidade de NY”, sublinhou.
O organizador do ato, Nerdeen Kiswani, repudiou os “políticos” estadunidenses por seu servilismo a Israel. “Estamos aqui como novaiorquinos para protestar contra isso e para denunciar políticos como o prefeito de Nova Yorque, Eric Adams, e a governadora Kathy Hochul, que prometeram apoio incondicional a Israel”, frisou. A postura dessa gente, assinalou Kiswani, “significa que brindam apoio incondicional à matança de nosso povo”.
DETROIT EXIGE “PALESTINA LIVRE”
O centro de Detroit, no estado de Michigan, foi transformado em um mar de vermelho, verde, preto e branco para dizer um basta à agressão israelense e expressar seu apoio à resistência palestina. O clima era de decisão, como testemunhou a mídia local: “Desde adultos com cartazes impressos até crianças com ‘Palestina Livre’ escrita a giz de cera e idosos agitando os punhos – repetia gritos como ‘Viva a Palestina’, ‘Cessar-fogo agora’ e “O povo unido nunca será vencido”.
“Quero que você olhe ao redor e veja a massa diversificada de pessoas aqui”, afirmou Amer Zahr, presidente da Nova Geração para a Palestina. “Palestinos, árabes, muçulmanos, cristãos, judeus, asiáticos, latinos, africanos, afro-americanos, brancos, heterossexuais, gays, trabalhadores, republicanos, democratas, todos os partidos políticos, todas as convicções, todas as classes, todas as pessoas para dizer em uma voz alta: cessar-fogo agora”, bradou.
Oradores das 50 organizações que convocaram o ato subiram ao palco para expressar a seu repúdio ao banho de sangue.
“Como orgulhosos judeus americanos cujas famílias foram diretamente afetadas pelo Holocausto, sabemos o que acontece quando as pessoas são chamadas de animais e não podemos ficar calados”, protestou Joshua Feinstein, do grupo Voz Judaica pela Paz. “Nunca mais significa nunca mais, não apenas para o povo judeu, mas para qualquer pessoa e todos em todos os lugares”, enfatizou.
“DALLAS CONTRA AS ATROCIDADES”
A marcha que sacudiu o centro de Dallas defendeu uma Palestina livre e um imediato cessar-fogo, destacando que metade dos prédios da Faixa de Gaza já foi devastado ou se encontra comprometido, com milhares de crianças, mulheres e idosos sobre os escombros.
“O que vemos nos vídeos são simplesmente atrocidades”, condenou Mohammad Asmar, do Fundo de Ajuda às Crianças Palestinas. “Meninos e meninas que estão sendo dilaceradas, pais que carregam seus filhos em bolsas de plástico, o que sobre dos seus filhos. A única coisa que podemos fazer é dar um passo à frente. Estamos nos Estados Unidos, mas infelizmente não nos escutam. Queremos ser ouvidos”, ressaltou.
CHICAGO CLAMA PELO FIM DA MATANÇA
Pelo terceiro final de semana consecutivo, uma multidão se reuniu e marchou em Chicago para denunciar o aumento dos ataques aéreos israelenses e o começo das operações terrestres em Gaza.
“Meu voto conta, minha voz conta”, declarou Nabella Rasheed, carregando um caixão simbólico na manifestação. “Como muçulmana sempre estive ao lado dos oprimidos e nosso trabalho é defender as crianças palestinas”. Nabella percorreu todo o trajeto com um féretro coberto por uma bandeira palestina e a foto de uma das mais de três mil crianças assassinadas pelos israelenses em Gaza.
Uma manifestante de 28 anos informou que havia mantido contato com os amigos de infância da família até a semana passada, quando foram assassinados pelos bombardeios. “O dinheiro dos meus impostos vai para outro país por causa das suas táticas genocidas”, protestou, sem revelar o seu nome por conta da perseguição cada vez mais absurda nos EUA aos opositores da guerra. “Investimos o mínimo de dinheiro em nossos sistemas educacionais e dizemos que precisamos aprender história para não repetir. Mas os políticos americanos são os que repetem isso”, concluiu.