O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), informou as medidas de contenção da cepa indiana (B.1.617) do coronavírus que foi detectada, na última sexta-feira, em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, ancorado a quatro quilômetros da costa maranhense. Em estado grave, um dos tripulantes da embarcação precisou ser transferido para um hospital particular da capital, São Luís.
Uma possível entrada da cepa indiana coronavírus no Brasil causa grande preocupação. A nova cepa poderia agravar ainda mais a situação da pandemia em um país que já sofreu 450 mil mortes para a Covid-19.
Para impedir a transmissão local na nova cepa, o governo estadual proibiu que o navio atraque em porto maranhense enquanto estiver nesta situação sanitária. “Estamos tomando as providências que cabem ao Governo do Estado. Não há, até o presente momento, nenhum sinal da transmissão comunitária da cepa indiana”, afirmou.
O navio estava destinado ao porto privado da empresa mineradora Vale.
O governo maranhense também determinou a testagem e o acompanhamento de todos os que mantiveram contato com o tripulante indiano. “Jamais poderíamos negar o atendimento médico. Isto é um crime. Obedecemos aos preceitos legais e humanitários. Os profissionais do hospital estão sendo testados e vacinados, e, até o momento, nada indica, no mundo, que esta cepa escape da proteção vacinal”, frisou Flávio Dino.
Segundo o secretário de Saúde e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, 160 pessoas estão em acompanhamento, sendo que 40 já testaram negativo para o coronavírus.
O governador ponderou que, no entanto, tendo em vista o descontrole sanitário que o Brasil vive há um ano e três meses a cepa indiana pode chegar ao país por outras entradas.
Em entrevista ao canal Globo News, Flávio Dino cobrou maior integração do Ministério da Saúde no enfrentamento à pandemia. Ele destacou que as medidas devem ser tomadas em diálogo com todos os entes federativos, de forma a se tomarem as melhores decisões.
“Independente de diálogo, ou não, nós vamos fazer porque nós praticamos aqui o federalismo cooperativo. Agora, não é suficiente para que nós possamos vencer o que nós estamos vendo. Uma nova crise, uma chamada nova onda. Que na verdade é a mesma onda, porque nenhum país do mundo venceu o coronavírus enfrentando a pandemia como o Brasil está enfrentando: com baixa vacinação e sem medidas sanitárias adequadas coordenadas nacionalmente”.
No domingo (23), o governador maranhense se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para tratar das medidas de contenção da cepa. O Ministério da Saúde entregou 600 mil testes rápidos e por solicitação do governo maranhense, enviará nesta segunda-feira, 300 mil doses de vacina contra Covid-19, para acelerar a imunização e evitar a disseminação da nova cepa.
O montante de novas doses equivale a 5% a mais do que estava previsto inicialmente pelo Plano Nacional de Imunização. Todas as doses serão destinadas para a Grande Ilha de São Luís.
Com as novas doses, o Maranhão já recebeu 2.872.260 doses, sendo 1.181.740 de CoronaVac, 1.630.850 de AstraZeneca e 59.670 doses da Pfizer.
Para o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, a atuação conjunta é essencial para o fortalecimento das ações de vigilância e cuidado da população. “Não precisamos ter as mesmas ideias, nem defender as mesmas bandeiras políticas. Mas é preciso, em meio a uma pandemia, haver união e diálogo entre todos os entes da Federação. Cuidar das pessoas. Isso é o que importa”, disse o secretário.
O ministro Marcelo Queiroga fez um sobrevoo até o navio MV Shandong da Zhi, no litoral do Maranhão, onde estão os tripulantes diagnosticados com a variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617). A informação foi publicada em uma rede social do secretário estadual de Saúde, Carlos Lula.