O pré-candidato do PDT à Presidência da República, ex-governador Ciro Gomes, afirmou que Bolsonaro foi desmascarado na farsa do ICMS após o novo aumento anunciado dos combustíveis nesta sexta-feira (17).
“A mentira de Bolsonaro foi desmascarada: ICMS não aumenta preços dos combustíveis. Sua frouxidão também: se esconde, tremendo, atrás de [Arthur] Lira para tentar resolver a crise da Petrobrás. Fora, seu frouxo!”, escreveu no Twitter.
Ciro enfatizou que o problema está na política de preços do governo na Petrobrás com base na paridade internacional e não na cobrança do ICMS pelos Estados.
Os Estados congelaram a cobrança de ICMS há sete meses e, mesmo assim, o preço médio da gasolina subiu de R$ 4,90 para mais de R$ 7.
“Como não têm inteligência nem coragem pra mudar a política de preços da Petrobrás, Bolsonaro e sua gangue agora fazem teatrinho de briga e xingamentos. Pura demagogia eleitoreira e muito desespero”, continuou o ex-governador.
O governo Bolsonaro, através da direção da Petrobrás, elevou nesta sexta-feira os preços médios do diesel, em 14,26%, e da gasolina, em 5,18%, que são vendidos para as distribuidoras.
Isso após o Congresso aprovar, na quarta-feira (15), o projeto do governo que limita em até 17% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e outros serviços, como energia e transportes coletivos, a pretexto de reduzir os preços dos combustíveis e frear a inflação.
Com o projeto, Estados e municípios calculam que perderão R$ 115 bilhões por ano, afetando a prestação de serviços essenciais oferecidos à população, como Educação e Saúde.
“Ou seja: a população será duplamente punida porque terá menos verba para educação e saúde junto com preços altos de gasolina, diesel e gás. Tempestade perfeita”, comentou Ciro.
Além do governo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), patrocinou fortemente o projeto espoliativo do ICMS contra os Estados.
O ex-governador condenou a política de preços do governo na Petrobrás. “Deixaram a absurda política de preços correr solta durante todo governo, começaram a tomar medidas paliativas – e erradas – nas vésperas das eleições e, agora, perderam totalmente o controle da situação”, disse. “O desespero é total porque eles sabem que um simples reajuste decretado pela empresa derruba os supostos efeitos positivos da redução do ICMS”.
O presidenciável do PDT criticou ainda a encenação de Bolsonaro contra a Petrobrás, como se ele não tivesse nada com isso, pedindo a renúncia do presidente da empresa e fazendo uma proposta mambembe de CPI para investigar a estatal.
Segundo Ciro, “Bolsonaro está em seus estertores”. “Acaba de anunciar que pediu a Lira uma CPI para investigar a diretoria da Petrobrás que ele mesmo nomeou. Quem precisa de CPI é ele. Aliás, de impeachment!”, declarou.
Quando Bolsonaro assumiu a Presidência, o preço médio do litro de gasolina estava próximo dos R$ 4. Atualmente, depois de sucessivos aumentos realizados pela Petrobrás, sob ordem de Bolsonaro, o preço médio é próximo de R$ 7,30.
Na sua campanha eleitoral, ele prometeu que a gasolina teria um preço máximo de R$ 2,50 e o gás de cozinha não passaria de R$ 35,00 o botijão.
Hoje, o preço médio da gasolina no país ficou em R$ 7,247 o litro. E o botijão de gás de cozinha tem o preço médio de R$ 113, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).