Após meses de mobilização, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo conquistou acordo com o governo de João Doria (PSDB) que garante a manutenção da sede da entidade. O acordo suspende a reintegração de posse do terreno onde a entidade funciona desde 1980.
A negociação ocorreu em reunião, na quarta-feira (29), entre o vice-governador Rodrigo Garcia e o secretário de Projetos e Ações Estratégicas Rodrigo Maia com os deputados federais Orlando Silva (PCdoB) e Carlos Zarattini (PT), o vereador Antonio Donato (PT), e Carlos Juruna, secretário-geral da Força Sindical, também representando o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade).
O terreno, onde funciona a sede do sindicato em regime de comodato, foi leiloado há cerca de quatro meses. De lá para cá, o sindicato luta pela manutenção da sede, com apoio das centrais sindicais, parlamentares e movimentos sociais.
No encontro, o governo se comprometeu a comprar o terreno do Metrô e fixar um contrato de concessão de longo prazo com o Sindicato.
“Essa é uma importante vitória dos metroviários que se mobilizaram e tiveram o apoio de diversos movimentos populares, centrais sindicais e parlamentares. Depois de meses de lutas, ações, atividades políticas e culturais e uma forte greve, chegamos a essa conquista”, afirma o sindicato.
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), declarou ao HP que “empreendemos todos os esforços para unir as centrais sindicais, bem como na ampliação do diálogo com o Governo. Desde a primeira hora destacamos o Coordenador Geral Wagner Fajardo à representação da CTB, no Fórum de Diálogo com o Governo, exatamente para que, além de participação dos debates, pudesse externar o quanto era imperativo a sede continuar nas mãos da categoria metroviária”.
“A unidade conquistada na luta pela democracia, segue junto das conquistas do nosso sindicato e das centrais sindicais”, destacou Adilson. “Essa vitória nos anima a seguir lutando e acreditando que somente com luta e perseverança venceremos. Precisamos seguir mobilizados em defesa da democracia, da soberania e dos direitos. Lutar incansavelmente pelo sistema metroviário público. A sede nas mãos da classe trabalhadora servirá também como mais uma trincheira contra à PEC 32, que continua sendo uma séria ameaça ao Brasil e ao povo brasileiro. É indispensável continuar a luta pelos nossos direitos. Está comprovado: quem luta conquista. Seguimos mobilizando, debatendo e conscientizando o povo por um Brasil humano e menos desigual”.
O deputado Orlando Silva comemorou a conquista e destacou o avanço no diálogo com o governo estadual. “Estivemos com o vice-governador, que sinalizou um caminho para que o sindicato possa permanecer naquele local. E, mais do que isso, avançamos no entendimento sobre o acordo coletivo para os próximos dois anos”.
“A luta mostrou um caminho e vamos seguir. Vamos unificar cada vez mais a luta popular, a luta para derrubar Bolsonaro, a luta para defender a democracia, derrotar os fascistas. E isso passa, necessariamente, pelo fortalecimento do movimento sindical. Tenho muito orgulho de ter sido parte dessa construção, mas é uma batalha que ainda não acabou. Ainda está em curso, mas tenho convicção de que teremos um desfecho favorável nas negociações de reajustes salariais e a garantia da organização do sindicato dos metroviários”, ressaltou.
O dirigente da Força Sindical, Juruna, também afirmou que “a luta que os metroviários desenvolveram foi fundamental em torno da defesa da sua sede, mas o impasse só foi quebrado porque fomos capazes de colocar na mesa dirigentes partidários que ajudaram. O Paulinho da Força, do Solidariedade, o Orlando Silva, do PCdoB, o Zarattini, do PT, que negociaram com o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e fizeram uma reunião com o vice-governador, Rodrigo Garcia. E nessa conversa foi acordado que seria importante colocar também a questão da convenção coletiva da categoria”, disse Juruna.