O contrato do jogador de vôlei Maurício Souza foi rescindido pelo Minas Tênis Clube na tarde desta quarta-feira, 27, depois de uma crise que começou com postagens homofóbicas que o atleta costuma fazer nas redes sociais.
Patrocinadores do clube pediram retratação pediram que o jogador se retratasse. Ele chegou a pedir desculpas, mas não foi o suficiente para amenizar a tensão.
O Minas Tênis Clube informa que o atleta Maurício Souza não é mais jogador do clube”, publicou o time, na tarde desta quarta-feira, no Twitter.
Já o jogador deu a notícia aos seguidores por meio do Instagram. “Não sou mais jogar (sic) do minas!”, avisou. “Agradeço aos meus companheiros, comissão técnica, meu Fisio ao meu diretor, presidência e sócios por tudo!”. “Sigo meu caminho plantando o que acredito, meu legado continua! O que deixarei para meus filhos e netos é o que conta no final.”
Horas antes do comunicado oficial do clube mineiro, Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu à notícia sobre o afastamento de Maurício Souza das quadras. “Puta que o pariu, impressionante, né? Tudo é homofobia, tudo é feminismo”.
Em outras ocasiões, o jogador de vôlei havia pronunciado admiração por Bolsonaro, inclusive aparecendo ao lado do presidente em fotos divulgadas no Instagram.
O jogador bolsonarista tentou ensaiar uma desculpa pelo do Twitter, rede social que ele tinha menos de 50 seguidores – agora passou dos 250. Os ataques homofóbicos, no entanto, ele faz pelo seu perfil no Instagram, que conta com mais de 279 mil usuários.
“Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou vindo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi, esta não foi a minha intenção”, escreveu.
Depois, quando já acreditava que o desligamento do Minas pudesse ocorrer, o jogador foi ao Instagram. “Não sei se o que eu fiz foi algum crime. Se fosse crime, a polícia já tinha vindo aqui em casa me prender. Acho que não foi crime nenhum o que fiz. Foi apenas defender o que acredito e colocar a minha opinião em cima disso. Se isso ofendeu alguém, mais uma vez peço desculpas”, disse Maurício, por meio de vídeo.
As postagens a que ele se refere, continuam expostas em seu perfil no Instagram.
Em sua recente publicação homofóbica, Maurício Souza, que defendeu a Seleção Brasileira de vôlei nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, criticou o anúncio da editora DC Comics sobre a bissexualidade de um dos seus personagens em quadrinhos. “A é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar” disse nas redes sociais.
Desde então, patrocinadores, jogadores de vôlei e torcedores passaram a exigir que o clube tomasse providências sobre a postura do jogador.