O ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, que presidiu o PSL de Minas Gerais, pediu ao órgão nacional do partido o repasse de R$ 279 mil do fundo eleitoral para candidatas laranjas que somaram apenas 2 mil votos, mas repassaram, ao menos R$ 85 mil para empresas ligadas aos assessores do atual ministro.
As candidatas foram Lilian Bernardino, Milla Fernandes, Débora Gomes e Naftali Tamar, todas de Minas Gerais. O valor foi solicitado por Marcelo Álvaro Antônio ao partido nacional e se refere aos 30% que os partidos devem destinar às candidaturas femininas.
Porém, apesar de todas elas aparecendo entre as vinte campanhas mais caras do partido, o desempenho eleitoral das candidatas foi pífio: somaram somente 2.097 votos.
Marcelo Antônio foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2014 pelo PR. Manteve-se no partido até janeiro de 2018, quando o trocou pelo PSL de Jair Bolsonaro. Nesta eleição, foi reeleito deputado federal por Minas Gerais.
Uma das ex-candidatas, Débora Gomes, recebeu R$ 72 mil para realizar sua campanha eleitoral e obteve apenas 885 votos. Do valor recebido, gastou R$ 30 mil em empresas cujo dono é Reginaldo Soares e R$ 7,6 mil em outra de Mateus Von Rondon. Além disso, gastou R$ 10 mil em uma empresa cuja dona é sócia de Reginaldo na anterior.
Outra que recebeu R$ 72 mil foi Mila Fernandes, e esta recebeu 324 votos. Em seus gastos declarados à Justiça Eleitoral, constam R$ 4,9 mil para Mateus.
A ex-candidata Lilian Bernardino é bastante próxima de Haissander Souza de Paula, que foi assessor no gabinete de Marcelo de 2017 até o início deste ano.
Lilian recebeu R$ 65 mil da direção nacional do PSL, mas obteve apenas 196 votos. Deste total, R$ 14,9 foram para duas empresas de Reginaldo Soares, outros R$ 10 mil para a empresa de sua sócia e R$ 11 mil para a empresa de Mateus Von Rondon.
Por fim, a ex-candidata Naftali Tamar recebeu R$ 70 mil do partido, recebeu 669 votos e pagou R$ 9 mil para uma empresa de Mateus.