O secretário de relações internacionais da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (FINDECT), Ronaldo Leite, divulgou nota comemorando a decisão do grupo técnico de transição do governo Lula de manter os Correios públicos. A informação foi passada pelo ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última sexta-feira (18).
“Esta definição só reforça o significado extraordinário que foi a vitória do presidente Lula nas eleições de outubro, que vai interromper um ciclo de destruição do país e da entrega do patrimônio público promovido por Bolsonaro”, disse Leite.
“O fato é que Bolsonaro ficou para trás e agora a gente tem que pensar no que é melhor para o país. E para jogar por terra estas iniciativas de entregar o patrimônio do povo, os Correios não apenas devem ser mantidos públicos como também precisam ser fortalecidos, para garantir um serviço de qualidade para a população”, enfatizou Ronaldo.
A estatal cumpre um papel fundamental como braço logístico do Estado, com atividades que cobrem desde a entrega de materiais didáticos até vacina, de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) a serviços bancários em cidades de menor porte. “O fato é que precisamos construir uma empresa de Correios forte, que ofereça um serviço de qualidade, que exerça uma função social para a população e onde seus trabalhadores não sejam expostos à precarização do trabalho.”
Ronaldo lembra do processo de precarização das estruturas dos Correios, imposto pelos mais recentes governos, passando especialmente pela demissão e diminuição do quadro de servidores da estatal. “Os Correios já tiveram 128 mil funcionários e hoje não chegam a 90 mil. É claro que isso gera impactos na qualidade do serviço. Isso só se resolve retomando os concursos públicos (…) um Correio forte não pode se fazer a partir da precarização do trabalho. Por isso, iniciativas dos Correios como o projeto-piloto de entrega compartilhada, que é a uberização da entrega, precisam ser revistas”, diz.
Ronaldo defende também que a estatal pode ser usada como um “veículo de expansão das políticas públicas do governo, uma vez que possui agências em todas as cidades do Brasil”.
“É dessa forma que a gente defende que o governo Lula ouça as federações de trabalhadores, como a FINDECT e a FENTECT, além das associações como a ADCAP, no debate sobre o fortalecimento dos Correios”, conclui a nota.