O prefeito de Botucatu, Mário Pardini (PSD), defendeu a necessidade de que a Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) continue a ser uma empresa pública e que é preciso aglutinar todos os prefeitos e vereadores das 375 cidades em que ela atua para combater a tentativa de privatização, proposta pelo governador Tarcísio de Freitas.
“Eu tenho uma posição radical contra a privatização da Sabesp, não é com o governo Tarcísio, não é com o governo anterior, que eu também apoiei, todo mundo sabe”, afirmou o prefeito, que foi do PSDB. “Mas sempre fui contra a privatização da Sabesp e vou ser sempre desse jeito. […] A imensa maioria está unida aqui para trabalhar para que a Sabesp continue sendo pública”, disse Pardini.
QUEM VAI PAGAR A CONTA?
A fala do prefeito ocorreu durante audiência pública na Câmara Municipal de Botucatu, em abril, com presença massiva de populares contrários à privatização da empresa. Durante a audiência, Pardini convocou ampla unidade contra a entrega do saneamento para o setor privado, explicando que a arrecadação ficaria entre R$ 40 e 60 bilhões. “Se for R$ 40 bilhões, quem vai pagar? Qual é a única forma de remuneração de uma empresa que presta um serviço público de saneamento básico, seja privada ou pública? Tem algum outro meio de receita que não seja tarifa? Quando você vende uma empresa, seja por um real, você tem que rentabilizar, você tem que pagar esse um real que você investiu. Estamos falando de R$ 40 bilhões. Quem vai pagar a tarifa? É fácil. É o usuário que vai pagar. Se não pagar, a empresa privada corta. Veja o caso da CPFL. Hoje corta? Corta, mas negocia, parcela, busca alternativas”, disse.
O prefeito ressaltou que garantir que a Sabesp continue sendo uma empresa pública é uma tarefa que deve abranger todo e qualquer partido. Lembrando de quando foi funcionário da empresa, fazendo leituras em Hortolândia, Pardini destacou que a chegada da Sabesp permitiu não só a garantia de direitos da população, como também garantiu que a cidade se desenvolvesse.
“Uma cidade que não tinha água, que não tinha esgoto, que não tinha asfalto, que não tinha investimento, que não tinha saneamento. Passa em Hortolândia e vai ver como ela é hoje, uma das maiores arrecadações de ICMS graças ao trabalho do Sabesp, implantando saneamento básico do nada. Primeiro, regularizou o abastecimento de água, depois implantou todo o sistema de coleta, fez o tratamento de esgoto”. “Tudo foi feito com a ajuda de um prefeito do PT, [Ângelo] Perugini, um baita de um prefeito. Assim que a gente faz saneamento”, destacou.
Para Pardini, “saneamento é apartidário, não faz partido A ou partido C. Todo mundo que está unido aqui está para lutar por uma empresa pública. Esse é um tema sensível e a gente tem que ter a sabedoria de aglutinar, não de espalhar. E unir em torno de um tema central, a não privatização da Sabesp”.
Destacando o papel da Sabesp para o abastecimento de Botucatu, o prefeito da cidade lembrou que o Rio Pardo, por exemplo, “em 2014 produzia 300 litros por segundo. A gente precisava 500 litros por segundo para abastecer o município. Como que a gente ia fazer com os 200 litros por segundo que faltavam? A gente ia fazer racionamento, como Bauru faz todo dia? Uma empresa privada faria um investimento extracontratual para garantir o abastecimento de uma cidade inteira como Botucatu, sem discutir contrapartidas financeiras? Uma empresa vai construir uma represa que vai custar hoje R$ 70 milhões sem estar no contrato de concessão porque entendeu que o Rio Pardo é realmente vulnerável e a gente precisa garantir regularização de vazão? Qual empresa privada faria isso?”
AMPLA ALIANÇA
Pardini destacou a importância de se fazer aliança com as lideranças políticas locais nas cidades onde a Sabesp atua, independente de quem apoiaram nas eleições anteriores. “Então, a gente tem 375 municípios em São Paulo que a Sabesp opera. Desses, 374 são municípios do interior paulista. Boa parte desses prefeitos, uma imensa parte desses prefeitos, especialmente no interior, optou por um candidato que tinha como plano de governo a privatização da Sabesp. Mas a gente vai precisar desse prefeito, porque é ele quem vai falar sim ou não [para a privatização]. Os vereadores também fizeram uma opção política. São eles que vão ajudar a gente a empurrar a Sabesp para a privatização ou não. Então temos que tomar muito cuidado com esse tema”, destacou.
“Esse é um tema central, importantíssimo, e a gente tem que lembrar que vamos precisar desses prefeitos e desses vereadores. Então, uma coisa foi o debate político, passou. Aqui está todo mundo unido contra a privatização da Sabesp”, completou Pardini.
Sou radicalmente contra privatizar a Sabesp . e Sou contra privatizar a eletrobras e os Correios.Sou a Favor de um Correio mais eficiente. Sou a favor de mais verbas federais para os Correios ,,SUS e para os Hospitais Federa federais. Almejo ver um Brasil melhor com o governo atual tendo um bom dialogo com a UNE , UBES e MST. lutas Gosto das Lutas do PT e PDT em defesa do Trabalhador.