A General Motors de São José dos Campos (SP) irá suspender o contrato de 90% dos 3.550 funcionários da fábrica, com redução de salário, pelo período de 2 meses.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a proposta, que foi aprovada em assembleia virtual pelos funcionários, está muito aquém do que a empresa poderia garantir aos trabalhadores. “O sindicato defende a adoção de licença remunerada para todos, sem redução de salário”. “Este, certamente, não é o melhor acordo, mas estamos num cenário em que os patrões saíram fortalecidos por conta da MP do governo Bolsonaro“, disse o vice-presidente do sindicato, Renato Almeida.
O acordo foi baseado na Medida Provisória 936, editada no início do mês pelo governo federal. A medida está sendo questionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como lesiva aos trabalhadores.
O acordo começa a vigorar a partir de segunda-feira (13). Os que recebem até R$ 2.090 líquidos terão um corte de 5%. Na faixa seguinte, até R$ 5.000, corte de 10%. Na sequência, os funcionários que ganham até R$ 10.000, 15%. Até R$ 20.000, 20% e acima desse valor, corte de 25%.
Os metalúrgicos de outras empresas também estão negociando a mesma proposta. A GM de São Caetano foi a primeira que fez acordo.
Os trabalhadores da Toyota, em São Bernardo, decidem hoje, também em votação online coordenada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, se aceitam a proposta da empresa para a suspensão temporária dos contratos de trabalho.
A montadora é a segunda da região que recorre à MP do governo, que prevê redução na jornada de trabalho e nos salários de 5% a 25%.
Outras empresas menores da cadeia automotiva, como a metalúrgica Delga e a autopeças Kostal, também já solicitaram a suspensão temporária dos contratos, conforme informação do sindicato.