Nomeado por Paulo Guedes para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano – que começou sua carreira no BTG Pactual e assumiu o banco público com a promessa de colocar o pé no acelerador no que diz respeito à venda de ativos do banco público – teve a agenda cheia na semana passada.
Segundo reportagem do Valor Econômico, Montezano se reuniu na semana passada – e individualmente – com executivos do Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Citi, J.P. Morgan, Credit Suisse, XP Investimentos, Morgan Stanley, BTG Pactual e Brasil Plural. O objetivo: negociar cerca de R$ 35 bilhões em ações detidas pelo BNDESpar – braço no mercado de ações do BNDES – ainda este ano. Isso inclui, claro, a entrega para os abutres interessados de participações na Petrobrás e subsidiárias da Eletrobrás – como a Copel e a Cemig.
Em seu discurso de posse, Montezano falou em se desfazer de até R$ 100 bilhões em participações em empresas.
No caso da Petrobrás, as ações detidas pelo BNDES e BNDESpar somam R$ 50,52 bilhões. A ideia é se desfazer de tudo ao longo de 24 meses para evitar impacto nas ações. No setor elétrico, operações que segundo as fontes do Valor “podem ser efetivadas mais rapidamente”, envolvem ações na Companhia Paranaense de Energia (Copel) e na Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), que somam R$ 4,42 bilhões. “Já Eletrobras não deve vir tão cedo”, afirma fonte consultada para a reportagem.
Outra grande expectativa dos banqueiros é pela fatia de 21,32% da JBS, correspondente a R$ 14,7 bilhões. Além disso há posições do banco estatal no frigorífico Marfrig, da produtora de papel e celulosa Suzano e na mineradora Vale.