Depois que a Suécia contabilizou mais de 4.500 mortes por Covid-19, o epidemiologista responsável pela estratégia de combate à pandemia no país, Anders Tegnell, se autocriticou e disse que, caso encontrasse a mesma doença novamente, mudaria em relação ao “aconselhamento” do distanciamento social adotado.
A situação bem mais estável de países vizinhos que impuseram firmes bloqueios, como a Dinamarca, com 580 óbitos; Finlândia, com 321; e Noruega, com 237, é prova disso.
Agora, frente à taxa de mortalidade muito superior exibida, os suecos estão proibidos de cruzar as fronteiras do país.
Em abril o epidemiologista que elaborou a estratégia sueca avaliou que o alto número de mortes era resultado, principalmente, do fato das casas de acolhimento de idosos terem sido incapazes de conter a doença.
Passados dois meses, diante do resultado catastrófico, a opinião de Tegnell é outra. Perguntado se achava que muitas pessoas morreram em pouco tempo no país, foi enfático: “Sim, com certeza”.
“Se encontrássemos a mesma doença de novo, sabendo o que sabemos sobre ela hoje, acho que ficaríamos satisfeitos em adotar um meio termo entre o que fez a Suécia e o que fez o resto do mundo”, declarou Anders Tegnell.
Na avaliação de Tegnell, tentar direcionar a estratégia contra o Covid-19 é como dirigir um navio transatlântico, já que cada medição leva três a quatro semanas para ser concluída. No entanto, ressaltou, “sabemos pela história dos últimos três a quatro meses que esta doença tem uma capacidade muito alta para começar a se espalhar novamente”.
De acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, em 3 de junho, a Suécia registrava 4.542 mortes e 40.803 casos de coronavírus numa população de dez milhões.
Renomada epidemiologista e ex- conselheira do governo sueco, Annika Linde criticou a resposta à pandemia, defendendo que ela deveria ter se concentrado em três eixos: quarentena precoce, maior proteção dos lares de idosos e maior quantidade de testes intensivos além de monitoramento em áreas de surtos.
A Suécia chegou a ser citada como “modelo” a ser seguido por Bolsonaro, por não impor isolamento duro contra a pandemia e manter funcionando boa parte do comércio. Em meados de maio, quando foi elogiado o “exemplo” exibia proporcionalmente à população quatro vezes o número de mortos do Brasil.
As viagens não essenciais ainda não são recomendadas pelo país, de acordo com diretrizes nacionais, mas viagens de até duas horas para visitar familiares ou amigos próximos são permitidas, desde que não envolvam visitas a comércios locais e encontros com outros residentes.
Para Annika Linde, epidemiologista e ex- conselheira do governo sueco, criticou a resposta à pandemia, defendendo que ela deveria ter se concentrado em três eixos: quarentena precoce, maior proteção dos lares de idosos e maior quantidade de testes intensivos e monitoramento em áreas de surtos.