O número de mortes do naufrágio de um barco de refugiados no dia 3, na costa da Tunísia, subiu de 46 para ao menos 60 pessoas na terça-feira (6), de acordo com informações da ONU. O número de vítimas pode subir para cerca de 100 se a estimativa incluir os desaparecidos, conforme os dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Como resultado da tragédia, o governo da Tunísia destituiu o ministro do Interior, Lotfi Brahem, e o substituiu provisoriamente pelo ministro da Justiça, Ghazi Jribi. Além da destituição, as autoridades tunisianas, desde que anunciaram o resgate de 48 corpos, não forneceram novas informações. Porém, a demissão de seu homólogo e a comoção internacional não impediram que o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, afirmasse alguns absurdos como a sua promessa de que a Itália não seria mais o “campo de refugiados da Europa”, e que para isso tomará duras medidas contra a chegada de imigrantes.
A embarcação afundou nas proximidades da ilha de Kerkenna, no litoral da cidade de Sfax. Segundo as autoridades costeiras, a embarcação estava sobrecarregada e por isso afundou. Entre os resgatados vivos estavam 68 pessoas, sendo estes 60 tunisianos, 3 marfinenses, 2 marroquinos, 1 líbio, 1 malinês e 1 camaronês. Desde as últimas medidas da Europa para barrar a entrada de migrantes pelos Bálcãs e mar Egeu, incrementando a política dos campos de concentração para os refugiados, a Tunísia se tornou num dos principais pontos utilizados pelos traficantes de pessoas como travessia para a Europa, tendo como ponto de entrada à Itália.