Seguindo a programação da Mostra Democrática “Cinema com Partido”, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, ocorreu neste sábado (16), a exibição do filme “A vida de Galileu”, dirigido por Joseph Losey (1975),
O filme relata a história e as observações astronômicas de Galileu, utilizando o recém-inventado telescópio, onde reforçaram a teoria de Copérnico de que a Terra gira em torno do Sol – e não o oposto, como defendia a Igreja Católica. Em 1616, a Inquisição começa a julgar o cientista por “prejudicar a Fé Sagrada ao tomar a Sagrada Escritura como falsa”. O filme adapta peça de Bertolt Brecht, que Losey dirigiu na Broadway em 1947.
Como na abertura da mostra, ao fim da exibição do filme, o público contou com um enriquecedor debate. O presidente da UMES, Lucas Chen conduziu a discussão sobre as questões políticas e científicas apresentadas pelo filme.
Chen ao longo de sua fala, disse que o filme é esclarecedor, acerca de entendermos a sociedade. “A gente consegue entender o papel da ciência no desenvolvimento da sociedade e do ser humano. A grande questão, posta no filme é como atrelar os pensamentos e as críticas, sem que as crenças se sobressaiam sobre o que é certo ou errado. Nos dias de hoje, observamos a guerra entre a razão e a lógica, que faz com que pensamentos retrógrados, afirmações rasas e sem embasamento, venham à tona como verdades absolutas”, afirmou.
“Os mesmos defensores de que a Terra é plana e o centro do universo, além de falarem que são donos da razão, são essas, que defendem o retrocesso na educação, defendendo com veemência, o projeto “Escola Sem Partido”. O filme mostra que a lógica é fundamental nas afirmações e assim, contribuir para o entendimento da sociedade e do planeta”, pontuou Chen.
Valério Bemfica, presidente do CPC-UMES, contribuiu ao debate. “O filme, baseado em uma obra de Bertold Brecht, chamada a vida de Galileu, sendo uma história bem recorrente. Em muitos momentos da história da humanidade, cientistas e pessoas que pensavam e duvidavam de alguma questão recorrente ou verdade absoluta, passam a ser vistas como inimigas e logo, tendo que ser combatidas”.
“O filme traz uma questão importante, sobre o papel da ciência e como ela pode ser transformadora para abalar as estruturas. Além disso, o filme mostra as análises das verdades e de como elas se projetam como absolutas, levando em conta as crenças ou as opiniões. Tem coisas que podem ser opiniões, mas tem outras que são as verdades lógicas, embasadas em conteúdo e estudos”.
“Entre os assuntos do filme, se houve a frase: “Pobre do país que não tem heróis”, Galileu logo rebate, “Pobre do país que precisa de heróis”, onde se precisa de heróis, as situações são complicadas”, disse.
Na sequência da mostra, o próximo filme será “Giordano Bruno”, dirigido por Giuliano Montaldo (1973). A mostra está acontecendo aos sábados, às 10h, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, no Bixiga, centro de São Paulo.
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