O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que acha “difícil” o pedido de abertura de processo de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal ser aceito.
Sábado (14), Jair Bolsonaro alardeou nas redes sociais que nesta semana pedirá ao Senado a abertura de um processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
“O presidente tem a visão dele, considera que esses ministros estão passando dos limites, e uma das saídas dentro da nossa Constituição, que prescreve ali no artigo 52, seria o impeachment, que compete ao Senado, fazer né? Então ele vai pedir pro Senado, vamos ver o que vai acontecer. Acho difícil o Senado aceitar”, disse Mourão.
A fala do presidente ocorreu após a prisão do seu aliado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. A prisão foi determinada por Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Polícia Federal, depois que o político defendeu o uso da força contra instituições do país.
Há meses, Jefferson usava as redes sociais para defender a destituição de ministros do Supremo, proferir discursos de cunho racista e homofóbico e pregar a violência contra autoridades.
Barroso também é alvo da raiva de Bolsonaro porque preside o Tribunal Superior Eleitoral. O TSE abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques do chefe do Executivo ao sistema eleitoral e as ameaças dele à realização das eleições de 2022. A Corte pediu ainda a inclusão do mandatário como investigado no inquérito das fake news, que está em andamento no STF sob relatoria de Moraes.
Mourão avaliou, no entanto, que os integrantes das Cortes superiores estariam “extrapolando limites“.
Em entrevista a jornalistas na segunda-feira (16), por exemplo, o vice considerou que Jefferson não representa uma ameaça à democracia e um processo poderia ter sido aberto no lugar da determinação de prisão.