MP diz que prisão domiciliar do assassino de Marcelo Arruda é “lamentável” e pede transferência para presídio

Assassino atira em Marcelo Arruda caído no chão. A viúva Pâmela salta sobre ele para impedir mais tiros - Foto: Reprodução

Depois da Justiça autorizar a prisão domiciliar de Jorge Guaranho por ter matado o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em seu aniversário, os promotores do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que acompanham o caso, solicitaram nesta quarta-feira, 10, uma vaga para o acusado de homicídio em um Complexo Penitenciário Federal.

No documento assinado pelos promotores Tiago Lisboa Mendonça e Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva, os promotores demonstram insatisfação com a concessão de prisão domiciliar para o policial penal bolsonarista que matou o petista.

De acordo com a decisão da Justiça, Jorge Guaranho foi encaminhado para casa após receber alta hospitalar na tarde de quarta-feira. O juiz da 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu autorizou a prisão domiciliar após o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, informar à Justiça que não possui estrutura técnica adequada para fornecer os cuidados de saúde que o paciente ainda precisa.

“Não há, como quer crer o DEPEN/PR, risco de vida ao requerente. Este carece, como amplamente demonstrado nos autos, de um lento e cuidadoso processo de recuperação, em razão das lesões sofridas”, informaram os promotores, ainda ressaltando que Guaranho não corre risco de vida.

O Ministério Público classifica a decisão da prisão domiciliar como lamentável e citam o “absoluto descaso por parte do Estado do Paraná”, “omissão do poder público” e “incompetência do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (DEPEN/PR)”.

Diante da negativa do DEPEN/PR em receber Jorge Guaranho, o MP-PR solicitou, com urgência, uma vaga em um Complexo Penitenciário Federal, alegando que o policial penal preenche condição para tanto, “prática de crime que coloque em risco a sua integridade física no ambiente prisional de origem”.

Os promotores justificaram, ainda, que durante a internação do bolsonarista era preciso rondas de viaturas do DEPEN Federal na área externa do hospital, pois se temia atentados contra a vida de Guaranho.

Na decisão da prisão domiciliar, o MP-PR já havia requisitado uma vaga para o assassino do petista em complexo penal de outra federação, preferencialmente em São Paulo ou Santa Catarina, pela proximidade.

O CRIME

O guarda municipal petista Marcelo Arruda foi assassinado a tiros, em Foz do Iguaçu, Paraná, enquanto celebrava seu aniversário de 50 anos com temática do PT, usando bandeiras e cores do partido, além de uma fotografia do ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva.

Os disparos foram realizados pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, que foi internado. De acordo com o boletim de ocorrência, ao invadir a festança, Guaranho gritou “aqui é Bolsonaro”.

Marcelo Arruda foi socorrido, porém, faleceu no hospital. Deixou mulher e quatro filhos, incluindo um bebê. Filiado ao PT, ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo partido em 2020.

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