No último sábado, 3 de agosto, foi realizado em São Paulo o 1º campeonato feminino de capoeira organizado pelo coletivo Mulheres da Garoa.
O 1º Jogos Mulheres da Garoa contou com a participação de capoeiristas de São Paulo e também de outros estados, que se uniram em um encontro marcado pela celebração pelo dia 3 de agosto, Dia do Capoeirista, e pela conquista dos espaços da mulher na capoeira.
“Esse é o objetivo do coletivo, que surgiu da observação do grande potencial feminino dentro da capoeira e demais manifestações culturais. A mulher sempre foi importante para a arte capoeira, embora não fosse vista como protagonista! O objetivo do coletivo é dar voz, empoderar e exaltar as mulheres”, declarou Pollyana Felix, uma das fundadoras do coletivo.
Conduzida pela contramestra Alessandra Braga, a Boca, com o apoio dos mestres Cacá e Eduardo Negão, a organização dos Jogos foi dividida em quatro categorias: Alunas, Graduadas, Instrutoras e Professoras, além da categoria Absoluta.
Cada categoria premiou os três primeiros lugares entre as competidoras. Na categoria de Professora, quem levou o primeiro lugar foi Priscila Raiz; em segundo, Jacqueline Stephanie (Onça Mansa), e em terceiro lugar, a professora Lilian Magia.
Na categoria Instrutora, a campeã foi Jéssica Reis (Pitomba); em segundo, Danielli Marquinha, e em terceiro, a instrutora Navalha.
Na categoria Graduada, o primeiro lugar foi para Amanda Quilombola; em segundo Ellen Lua Branca, e em terceiro graduada Pimentinha.
E na categoria Aluna, o primeiro lugar foi para Pollyana Felix, em segundo Carolina Geração e, em terceiro Índia Cadência.
Após os jogos, as campeãs de cada categoria disputaram a categoria Absoluta, que ficou com a graduada Amanda Quilombola que, além do troféu, também foi premiada com um berimbau presenteado por um dos apoiadores do evento, a marca Rabo de Arraia.
“Eu não tenho palavras para descrever meu sentimento de gratidão por tudo isso! Gratidão por fazer, viver, respirar o que amo. Porque só a Ela que me proporciona momentos de tanta emoção e evolução, a Capoeira”, disse Amanda, emocionada.
“Meu único pensamento e sentimento hoje desde que saí de casa para ir ao jogos não era pensando só em competir, mas sim em jogar capoeira, com amor e o pensamento limpo. Ao lado de mulheres maravilhosas, guerreiras que só me inspiram e me trazem uma força sem igual. Todas jogaram muito e foi lindo de ver e sentir, cada superação, cada sorriso no rosto de dever cumprido com você mesma. Foi maravilhoso compartilhar desse energia toda! Hoje foi um dos melhores dias da minha vida com a capoeira. A cada vivência, a cada roda, a cada aula, tenho mais certeza do que eu amo e quero fazer”, disse que campeã, que também foi premiada com uma viagem para a Europa, no ano que vem, junto com o coletivo.
O Jogos tiveram em seu corpo de jurados renomados mestres e mestras, que avaliaram tradição e fundamentos, criatividade e volume de jogo. Entre eles, estiveram a mestra Luana, mestre Gladson, mestre Cobrinha, contramestra Nagô, mestra Monise, mestre Wellington, mestre Busca Longe e mestre Buiu, e o apoio do mestre Preto como juiz de roda.
Ao final, os juízes votaram ainda no melhor jogo do campeonato, que ficou com graduada Amanda e instrutora Pitomba, que também foram presenteadas com um berimbau cada uma.
Na bateria, que garantiu o axé da festa do início ao fim, estiveram a contramestra Vermelha, professora Raposa, Claudia Anhuma, Hellen Caraguejo, Nega Lu, Maré, mestre Eduardo Negão e mestre Raio Negro como convidado especial.
A segunda edição dos Jogos já tem data marcada: dia 25 de abril de 2020.
Júlia Cruz